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Arquivo / O Estado

O deputado João Paulo Cunha entrou no Furacão por conta da mulher, que sacou dinheiro na conta de Valério.

Brasília – Integrantes da CPI Mista dos Correios divulgaram, extra-oficialmente, a primeira lista de pessoas ligadas a políticos da base do governo que fizeram saques em dinheiro das contas das empresas SMP&B Propaganda e DNA Publicidade, do publicitário Marcos Valério de Souza, no Banco Rural. Os valores foram conseguidos por meio de quebra de sigilos bancários.

Os nomes são: Anita Leocádia da Costa, secretária do líder do PT, Paulo Rocha (R$ 320 mil); Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL (R$ 200 mil); Márcia Regina Milanesi Cunha, mulher de João Paulo Cunha, deputado de PT-SP (R$ 50 mil); Raimundo Ferreira, dirigente nacional do PT e assessor de Paulo Delgado, deputado do PT-MG (R$ 100 mil); Josias Gomes da Silva, deputado do PT-BA (R$ 50 mil); Carlos Rodrigues, deputado do PL-RJ (R$ 150 mil). Também está na lista João Cláudio  Genu, ex-assessor do deputado federal José Janene (PP-PR), que efetuou dois saques de R$ 300 mil.

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Parlamentares da oposição e do governo disseram que quem está na lista precisa se explicar, especialmente João Paulo Cunha. "Ele terá que vir para a CPI explicar. É bom para ele. Vai ter que justificar a origem. Se for caixa dois, é mais grave ainda e pode deixar muito mal o PT", afirmou o senador Heráclito Fortes (PFL-PI). O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) disse que vai esperar a explicação de João Paulo Cunha. "Vou aguardar o posicionamento de João Paulo. Não devemos prejulgá-lo. Vamos ter que fazer uma avaliação desse caso", afirmou.

O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) disse que o caso de João Paulo é mais grave porque ele foi presidente da Câmara. Inicialmente, João Paulo informou que sua mulher fora à agência do Banco Rural para pagar a conta de uma TV por assinatura. Mas na sexta-feira passada, o deputado retirou da CPI dos Correios o ofício em que dava esta informação.

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Em nota divulgada ontem, Raimundo Ferreira da Silva Júnior confirma que esteve na agência do Banco Rural no ano passado, uma única vez, para receber uma ordem de pagamento em seu nome. Raimundo diz ainda que esteve na agência como assessor do escritório nacional do PT, a pedido do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares. Mas ressalta que a ida ao banco não tem qualquer relação com suas atividades como assessor parlamentar do deputado Paulo Delgado.

"Depois de receber a quantia que, por estar em um envelope lacrado, não sei de quanto era, fui à sede do PT Nacional, situada no Centro Empresarial Varig, sala 704, e entreguei o envelope pessoalmente nas mãos do companheiro Delúbio Soares", diz a nota.

Mais um

O prefeito de Uberaba, no Triângulo Mineiro, Anderson Adauto (PL), tem, novamente, de explicar-se sobre um possível envolvimento com o caso do "mensalão". Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), Valério disse que um dos autorizados a sacar dinheiro nos Bancos Rural e BMG, de contas das empresas dele, era o secretário de Governo da prefeitura, José Luís Alves, ex-chefe de Gabinete de Adauto quando ele foi ministro dos Transportes. Adauto confirmou que recebeu ajuda financeira de Delúbio. Depois de a ex-secretária de Valério Fernanda Karina Somaggio denunciar que um irmão do prefeito, Edson Pereira, mais conhecido como "Edinho", teria ido à agência de publicidade SPM&B buscar uma mala com R$ 100 mil, agora o empresário é quem envolve um assessor de Adauto no esquema do "mensalão". Adauto negou o fato, confirmando apenas que manteve contatos com Valério.