A presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos, Marisa Serrano (PSDB-MS), afirmou que os depoentes passarão a ser convocados, e não mais convidados para a CPI.

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A mudança já valerá para o requerimento que será votado nesta quarta-feira (26) convocando a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff para prestar esclarecimentos. Segundo Marisa Serrano, a alteração também se deve ao cancelamento do depoimento do chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Jorge Armando Félix, inicialmente previsto para esta terça-feira (25).

"Depois desse dossiê, em hipótese alguma podemos deixar a CPMI. Agora zera tudo. Não tem acordo e vamos até o fundo", acrescentou Marisa, referindo-se ao divulgação, pela revista Veja, de suposto dossiê do governo para divulgar gastos com cartão corporativo na gestão de Fernando Henrique Cardoso.

"Amanhã votamos [o requerimento] da Dilma. Alguém tem de explicar e quem detém o poder para explicar é a ministra Dilma. E será convocação", ela ressaltou.

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Segundo Marisa Serrano, o PSDB também decidiu que vai brigar pela abertura dos documentos sigilosos de gastos da Presidência no governo Fernando Henrique e no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O argumento é que depois da divulgação do suposto dossiê não há por que afirmar que os gastos da Presidência da República são sigilosos e não podem ser divulgados.

"Quero ver se esses documentos são sigilosos. São documentos que a nação brasileira não pode ver? Acho que pode sim. Nenhum atenta contra a integridade física e moral do presidente. Então tem de abrir todos", disse a presidente da CPMI.

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"Vamos abrir o sigilo de todo mundo. Do Fernando Henrique, da dona Ruth, da dona Marisa, do presidente Lula, dos familiares, do vice-presidente. É dinheiro do povo brasileiro e temos a obrigação de dar uma resposta. [A CPMI] Pode fazer? Pode. Tem o direito de fazer? Tem. E vai fazer", acrescentou.

O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), apoiou a decisão de convocar e não mais convidar os depoentes. "Convite em CPI beira o ridículo", disse. "Em CPI não cabe a figura do convite", completou.

Na primeira reunião da CPMI, há quinze dias, foi acordado que os depoentes primeiro seriam convidados e, se não comparecessem, seriam automaticamente convocados. "Se convoca e não vem, obriga a vir sob pena de responder por crime de responsabilidade", destacou o senador.

Ele afirmou que o objetivo da oposição agora é "esgotar todas as tentativas para deixar bem claro quem é que não quer apurar os fatos". "Não tem por que acreditar no sigilo. O dossiê é verdadeiro, não é falso", afirmou.

Arthur Virgílio ainda acrescentou que o PSDB deve ir nesta quarta (26) ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, para pedir investigação sobre o dossiê. "Pedir que se investigue esse gesto criminoso de manipular dados e formular dossiês", disse.