Brasília – Pela segunda vez desde o incêndio que matou 25 presos na cadeia de Ponte Nova (MG), integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário da Câmara vão a Minas Gerais tomar depoimentos a fim de esclarecer o que aconteceu na madrugada do último dia 23.
De acordo com o presidente da CPI, deputado Neucimar Fraga (PR-ES), um dos depoentes deve revelar informações importantes sobre o que aconteceu na cadeia de Ponte Nova, pois ?estava lá quando tudo aconteceu?.
?É um depoimento surpresa, de uma pessoa que nós inclusive não vamos divulgar o nome, mas que deve ser incluída no programa de proteção às testemunhas e deve ser uma testemunha-chave?, afirmou em entrevista à Agência Brasil.
Foram convocados a prestar depoimentos os presos acusados de liderar o massacre na cadeia pública do município mineiro. Entre eles está Wanderson Luiz Januário, conhecido como Biju. Ele é suspeito de ter liderado o grupo que provocou o incêndio. Alem de Biju, também são suspeitos de comandar o massacre o traficante conhecido como Barão e seus dois irmãos.
?Existia, por parte dos membros das celas nove, dez e 11, três grupos que tinham interesse na morte de pessoas distintas dentro da cela oito; eu acredito que houve uma motivação principal por parte de alguns desses traficantes, mas que os outros se somaram no interesse pela morte de outros detentos, e isso acabou ocasionando aquela chacina de 25 pessoas, que morreram queimadas dentro da cela oito da cadeia de Ponte Nova?, explicou Fraga.
Os depoimentos começaram a ser tomados no início da tarde, e segundo a expectativa do presidente da comissão, devem se estender até a noite. Algumas das 13 pessoas que depõem hoje já foram ouvidas na última sexta-feira (24).
?Nós acreditamos que a partir de todos esses depoimentos nós teremos uma visão mais clara dos fatos ocorridos aqui na cidade?, disse Fraga.
