Brasília – Antes de prestarem depoimento nesta terça-feira (18) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo do Senado, os servidores da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) Tércio Ivan de Barros e Roberto Spinelli Júnior tiveram seus sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrados por decisão da maioria da comissão. Na mesma sessão, havia sido rejeitado pedido de quebra dos mesmos sigilos do deputado Carlos Wilson (PT-PE), que presidiu a Infraero entre 2002 e 2006.

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Segundo o relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), na fase de depoimento, esses dois servidores da Infraero, e mais um terceiro, Adenauher Figueira Nunes, pouco acrescentaram às investigações da terceira fase da CPI do Apagão Aéreo no Senado, que trata das denúncias de corrupção na empresa.

"É certo que eles [os depoentes ouvidos hoje] estão mentindo. No caso do Adenauher Figueira Nunes, ele comprou, e pagou sempre com dinheiro em espécie, um apartamento de mais de R$ 700 mil, fez uma retificação de Imposto de Renda quatro anos depois e uma segunda retificação com mais um ano – isso soubemos com a quebra dos sigilos dele". Entretanto, disse o senador, isso pouco vai adiantar, porque o ex-presidente da empresa, o deputado Carlos Wilson, que, segundo ele, comandaria o esquema, não terá os sigilos quebrados.

Os três servidores, que depuseram nesta terça-feira na CPI do Senado, estão afastados de suas funções de diretores da Infraero desde janeiro deste ano, quando a Controladoria Geral da União (CGU) iniciou as investigações sobre possíveis irregularidades na empresa.

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Amanhã (19), a partir das 11 horas, a CPI ouve mais três servidores da Infraero acusados de fraudes em licitações na empresa: Márcio Antonio Marques de Oliveira, Eleuza Theresinha Manzoni dos Santos e José Wellington Moura.