A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado reúne-se hoje para votar 40 requerimentos.
Entre eles, estão os pedidos do deputado Eduardo Valverde (PT-RO) e da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) para convocação do ex-prefeito paulista Paulo Maluf; da deputada Iriny Lopes (PT-ES), que pede a quebra de sigilo das mais de 30 empresas ligadas à Parmalat no Brasil; além da solicitação à comissão de Valores Mobiliários (CVM) de documentos que envolvem investidores brasileiros nas Ilhas Cayman relativas ao Banco Oportunity. A Comissão vota, ainda, a quebra se sigilo do ex-chefe de departamento de câmbio do BC, José Maria Carvalho, afastado depois dos trabalhos da CPMI.
A comissão teve a sua prorrogação aprovada por mais 180 dias, a partir do último dia 14. O relator, deputado José Mentor (PT-SP), obteve o apoio de 217 deputados e 37 senadores para prorrogar os trabalhos. Anteontem, os integrantes da CPMI reuniram-se para debater estratégias de atuação. A reunião foi convocada em caráter extraordinário pela maioria absoluta dos membros da CPMI, que buscam uma solução para o impasse com a presidência da comissão.
Nos últimos quinze dias, o presidente da comissão, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), convocou quatro reuniões e desmarcou todas, inclusive a já agendada pela própria CPMI. Os integrantes da comissão, então, apresentaram requerimento para realizar uma reunião extraordinária. Com isso, 23 parlamentares da CPMI reuniram-se, na manhã de ontem, contrariando a posição do senador Antero.
Mentor afirmou que os trabalhos das subcomissões de Manaus, Curitiba e São Paulo foram prejudicados pelo presidente da CPMI. Segundo ele, Barros se mostrou, nos últimos meses, contrário à prorrogação dos trabalhos da comissão. Mentor informou que uma das diligências foi cancelada pelo senador, unilateralmente, apesar de aprovada, coletivamente, pela comissão.
Convocação
A CPMI pediu ontem ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Maurício Corrêa, que solicite à Suprema Corte de Justiça do Uruguai autorização para a CPMI interrogar João Arcanjo Ribeiro, envolvido com o crime organizado no Mato Grosso e que atualmente está preso no Uruguai.
De acordo com as investigações do Ministério Público, Arcanjo teria utilizado empresas de factoring para trazer de volta ao Brasil dinheiro remetido ao exterior por meio de contas CC5, abertas em agências bancárias localizadas em Foz do Iguaçu. Barros fez um relato ao ministro Maurício Corrêa de todas as providências já adotadas pela CPMI junto à embaixada do Uruguai em Brasília, aos ministérios das Relações Exteriores e da Justiça na tentativa de obter autorização para que a comissão pudesse interrogar Arcanjo.