O deputado federal José Mentor (PT-SP), relator da CPI do Banestado, disse que pretende fazer um relatório parcial das investigações até o início de setembro e concluir o parecer em dezembro. Mentor disse que a CPI só não foi concluída antes porque três audiências que seriam realizadas em São Paulo, Curitiba e Manaus foram canceladas. Ele defendeu as quebras de mais de 1.400 sigilos feitas pela CPI, mas destacou que é preciso evitar o vazamento de informações.
Mentor disse que só não compareceu à reunião de líderes do Senado na terça à noite porque não foi avisado a tempo. O relator disse que todas as quebras de sigilo pedidas por ele foram justificadas e afirmou que, se a forma de pedi-las não foi a ideal, isso não deve comprometer o conteúdo. Disse ainda que não se sente pressionado para a encerrar a CPI e que não tem problemas pessoais com o presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT).
Em almoço no gabinete do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), o presidente e o relator da CPI apresentaram aos líderes suas divergências em torno dos trabalhos da Comissão. “O muro que existia entre os dois parlamentares começou a ser desmontado”, disse o senador Ney Suassuna.
Antero defendeu um entendimento para que os trabalhos da CPI possam ser concluídos. “Não vai ser da minha parte que teremos dificuldade no diálogo”, garantiu. A reunião da CPI do Banestado marcada para ontem foi cancelada para que os líderes tentassem chegar a um acordo sobre o rumo dos trabalhos. Há 52 requerimentos em pauta, que aguardam a votação dos integrantes da CPI.
O deputado Eduardo Valverde (PT-RO) solicitou ontem a retirada dos requerimentos que pediam a convocação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do ex-ministro da Saúde e atual presidente do PSDB, José Serra, e do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio.
O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), disse que todos os que remeteram dinheiro para fora do País pelas contas CC5 estão sujeitos a investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Banestado no Congresso.