O ex-secretário de Administração de Sorocaba, Januário Renna, preso há quatro meses após ser flagrado num motel com três adolescentes, permaneceu em silêncio durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, hoje, em Sorocaba. Interrogado pelo senador Magno Malta (PR-ES), presidente da comissão, ele limitou-se a dizer que exerceria o direito de ficar calado. Malta demonstrou irritação e afirmou que convocará o acusado para novo depoimento em Brasília.
Na abertura da sessão, que começou com uma hora e meia de atraso, o senador determinou que o jornalista americano Richard Pedicini, que acompanha o trabalho da CPI, se retirasse da sala. Magno chamou Pedicini de “jornalista de araque” e de “guardião dos pedófilos”. Aos jornalistas, Pedicini disse que a CPI é vazia e o senador quer “holofotes”. Anunciada como restrita, a sessão foi aberta às pessoas que estavam presentes no Fórum de Sorocaba. A sala não comportou todos os interessados e curiosos.
O promotor Wellington dos Santos Veloso, do Ministério Público de Sorocaba, entregou ao senador um relatório feito pela equipe de perícia a partir de arquivos do computador do ex-secretário. O documento aponta a existência de farto material pornográfico. O promotor quer apurar se Renna participava da produção e se distribuía o material, o que pode agravar sua pena. Ele é acusado de ter mantido relações sexuais com nove garotas menores de idade, uma delas de apenas 12 anos. Quando foi preso, ele estava num motel com duas garotas de 14 anos e uma de 15.