Apesar de a OMS (Organização Mundial da Saúde) já ver alguma luz no fim do túnel da pandemia de Covid, a crise sanitária ainda não acabou. Com isso, infectologistas recomendam que alguns cuidados sejam adotados nas festas de fim ano, a exemplo do uso de máscara e vacinação em dia. Em Curitiba, segundo dados mais recentes, eram 8,4 mil casos ativos e 9 mil casos novos confirmados na última terça-feira (13).
“As pessoas perderam o medo, normalizaram a Covid e a tratam como se fosse uma gripe, o que é um erro”, afirma Evaldo Stanislau de Araújo, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.
“Mesmo as formas leves da doença podem trazer consequências futuras, como danos neurológicos, cardiológicos e respiratórios, além da Covid prolongada. E há possibilidade de a reinfecção levar a formas graves e complicações tardias.”
Segundo o mais recente InfoGripe Fiocruz, divulgado na última sexta (16), há uma tendência de aumento de casos de Covid na população adulta de todos os estados do país.
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“Se você estiver numa cidade onde a curva de casos ainda é ascendente, as medidas deverão ser mais rígidas. Evite confraternização com muita gente e mantenha as comemorações com as pessoas da mesma casa”, afirma Eduardo Medeiros, coordenador científico da Sociedade Paulista de Infectologia.
De acordo com o médico, de maneira geral, não é necessário suspender as atividades, mas apenas tomar cuidado. Pessoas vulneráveis são mais suscetíveis às formas graves da Covid.
“Idosos acima de 70 anos, imunossuprimidos, doentes crônicos e com problemas pulmonares devem manter distanciamento na hora da alimentação, porque é o momento em que você tira a máscara e na conversa as pessoas eliminam gotículas. Também é aconselhável o uso de máscara no convívio familiar”, diz ele.
Para Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, só pode pensar em festas quem está com o esquema vacinal contra a Covid atualizado.
“A minha vontade de ‘infecto-raiz’ é falar para não fazer festa de final de ano, mas não é algo factível, sinceramente. Mesmo com a maior circulação do vírus agora e uma taxa de mortalidade que não é de 4.000, mas de cem por dia e isso é alto, se a gente já começa a falar assim as pessoas não vão seguir mais nada.”
Máscara, vacina e álcool gel?
Na opinião da médica, a sugestão é pedir comprovante de vacina dos convidados para a confraternização e verificar se estão com as doses atualizadas. “Isso não impede os casos leves, mas diminui o risco de formas graves da doença.”
Outras formas de evitar a transmissão é preferir reuniões em ambientes abertos, em locais com ventilação natural, onde é possível deixar janelas e portas abertas, usar máscara e álcool em gel, manter o distanciamento físico e higienizar as mãos de forma correta.
Raquel Stucchi ressalta, ainda, que o autocuidado deve começar na ida ao supermercado, aos shoppings e às ruas de comércio popular, com o uso de máscara, álcool em gel e evitando aglomerações.
“As pessoas com quatro doses, mas com risco de agravamento da doença –idosos, imunossuprimidos e doentes crônicos, como obesos e diabéticos– devem se preocupar mais com a própria saúde, porque tomaram a última dose há mais de quatro meses. Para elas, a proteção cai muito. Em ambiente fechado, tire a máscara somente para se alimentar e mantenha o distanciamento”, afirma a especialista.
No caso de sintomas leves que podem indicar Covid-19, como coriza, uma dor de cabeça incomum e dor de garganta, recomenda-se fazer um teste ou autoteste antes de ir ao encontro de outras pessoas, segundo especialistas.