Costa confirma procura por sócio para os Correios

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que vai levar, provavelmente nesta semana, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a proposta de criação de uma subsidiária dos Correios para transporte aéreo de encomendas. Ele confirmou a informação dada pelo presidente dos Correios, Carlos Henrique Almeida Custódio, de que a idéia é buscar um sócio na iniciativa privada, mantendo esta nova empresa sob o controle do governo.

Costa disse que procurou, sem sucesso, várias empresas comerciais brasileiras, como VarigLog, Gol e TAM, para fazer uma parceria e enfrentar o crescimento de empresas estrangeiras no mercado de transporte de encomendas. "Entendo que elas estavam tão satisfeitas transportando passageiros que não se interessaram", afirmou. Os Correios, de acordo como o ministro, transportam 1,2 milhão de encomendas por dia. "O sistema de entrega de volumes cresceu assustadoramente e ficamos na dependência de duas ou três empresas", afirmou.

Embraer

Diante do desinteresse das companhias aéreas, os Correios, há dois meses, procuraram a Embraer, que acenou com a possibilidade de desenvolver um avião cargueiro, caso o governo assegure a compra de cinco aeronaves. A partir daí, seria aberto caminho para a Embraer vender este avião também no exterior. O cargueiro da Embraer, batizado como C390, seria construído a partir da plataforma de outro avião, o C190, destinado a transporte de passageiros.

Este cargueiro, segundo o ministro, custaria menos que um Boeing 737, que é usado atualmente para fazer esse tipo de transporte no Brasil. O 737 custa cerca de US$ 60 milhões e o C390 sairia por US$ 50 milhões. O cargueiro da Embraer teria a vantagem de transportar 41% a mais de carga que um 737, que tem as mesmas proporções, com um custo de operação 20% mais barato. "Vejo isso como uma extrema necessidade dos Correios, que têm que se modernizar. Os Correios não podem abrir mão deste extraordinário mercado", afirmou Costa.

Custo

Ele não revelou quanto seria necessário para criar esta empresa, mas disse que os Correios dispõem de cerca de R$ 2 bilhões aplicados no Banco do Brasil. Ele lembrou ainda que os Correios gastam hoje R$ 500 milhões anuais com o pagamento a empresas comerciais pelo transporte de encomendas.

Segundo Costa, para acompanhar o crescimento do mercado de transporte de encomendas seria necessário dobrar a frota de aeronaves. Hoje, cerca de dez aviões fazem esse transporte. A idéia, segundo o ministro, é buscar para a parceria uma empresa que tenha "know-how" em logística. Segundo ele, os Correios pensaram na Embraer, mas "o negócio da Embraer não é logística, é fazer aviões".

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