Brasília – O contingenciamento (corte) de R$ 522 milhões em recursos para a Aeronáutica nos anos de 2004, 2005 e 2006 foi uma ?questão de prioridade? do governo, disse o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, em entrevista à Rádio Nacional.

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?Quem tem de avaliar isso é o governo. Na avaliação de 2004, 2005 e 2006 ficou evidente que a prioridade foi cortar os recursos. Mas é evidente que, no que concerne ao sistema como um todo, houve prejuízo?.

O ministro lembrou, no entanto, que os próprios integrantes da Aeronáutica já alertavam que o corte poderia causar problemas, como atrasos em vôos. ?Isso está escrito pela própria Aeronáutica alertando o governo, o ministério da Defesa, o ministério do Planejamento, que haveria esse caos nos aeroportos".

O ministro reclamou da falta de respostas do governo ao relatório apresentado pelo TCU em dezembro do ano passado. ?Já encaminhamos uma série de recomendações ao governo e estamos pedindo respostas. Recentemente estive com o ministro do Planejamento [Paulo Bernardo] cobrando alguns itens que não foram respondidos para o Tribunal de Contas da União?, disse. ?Estamos cobrando que o governo tome as atitudes que recomendamos há oito meses?, acrescentou.

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O plano de carreira dos controladores de vôo é um dos pontos que está no relatório e que, até agora, não foi apresentada solução por parte do governo. ?É extremamente importante que isso seja resolvido para que possa dar tranquilidade para a população brasileira?, disse.

O ministro lembrou que um relatório feito em 1995 já apontava a necessidade de recuperação dos aeroportos e que foi com base nesse relatório que o Tribunal começou três auditorias em aeroportos administrados pela Infraero. Essas auditorias abrangeram a área de operações, de tecnologia e de segurança de vôo, apresentadas no relatório em dezembro do ano passado.

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Apesar de apontarem superfaturamento em alguns aeroportos, os relatórios de auditorias do TCU, no entanto, não são conclusivos. Ainda estão na fase de ouvir a defesa das empresas acusadas de superfaturarem as licitações. ?Três aeroportos estão sendo investigados pelo Tribunal já há muito tempo, mas não tem relatório conclusivo. Existem indícios que a unidade técnica levantou de superfaturamento em alguns aeroportos, mas não tem ainda decisão final?.