Londrina (AE) – A assessora do líder do PP na Câmara dos Deputados, José Janene (PR), Rosa Alice Valente, recebeu R$ 113 mil da Corretora Bônus Banval, de São Paulo, entre junho e setembro de 2004. A descoberta foi feita pelo sub-relator-financeiro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). A Bônus Banval foi usada pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza para repassar recursos à bancada do partido na Câmara, por orientação do ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT, Delúbio Soares.
Os pagamentos a Alice foram feitos por intermédio da Natimar, corretora com sede em Florianópolis e pertencente ao uruguaio Najun Turner – pivô do suposto empréstimo fraudulento forjado pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello para justificar movimentação milionária de recursos nas contas bancárias.
A assessora de Janene é responsável pela administração do escritório dele em Londrina e casada com um primo do líder do PP. Os depósitos na conta de Alice foram feitos nas agências do Banco do Brasil (BB) e Unibanco no bairro Shangri-lá, onde está situado o gabinete de Janene. Segundo a assessoria de Janene, ela está há três meses em licença médica. A CPMI deverá votar hoje os pedidos de quebra de sigilo de aproximadamente 20 contas bancárias apresentados por Fruet. Todas as contas pertencem a supostos beneficiários de transferências feitas pela Bônus Banval. Um dos requerimentos refere-se a um dos sócios da corretora, Edivaldo Quadrado, uma vez que a comissão constatou que a Bônus Banval opera com várias designações e registros no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). A outra solicitação de perda de segredo é da mulher de Turner, Neusa Maria. A assessoria do líder do PP na Câmara dos Deputados informou que ele não comentará a denúncia.
