Se for confirmada a continuação da greve pelos funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), esta deverá pedir ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) que decrete a abusividade da paralisação, informou há pouco à Agência Estado uma fonte do governo. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios (Fentect) informou esta tarde que, até as 18 horas, 14 sindicatos de servidores dos Correios em outros Estados, inclusive o de São Paulo, já haviam rejeitado a proposta com a qual a ECT pretendia promover o fim da greve.
A manutenção da greve implicará também, segundo a fonte do governo, em cortes no salário correspondentes aos dias parados pelos servidores. Na sua proposta de negociação, a ECT se comprometia a não fazer os cortes caso os funcionários voltassem ao trabalho amanhã. A preocupação da empresa é com a entrega das correspondências, que, a partir de amanhã, já começam a se acumular, se a greve persistir. Para que a greve continue, é preciso que pelo menos 18 dos 35 sindicatos da categoria rejeitam a proposta da ECT, que prevê reajuste salarial de 9% válido por dois anos.
A proposta da ECT prevê um aumento salarial de 9%, a vigorar por dois anos. Segundo o presidente do sindicato dos trabalhadores nos serviços dos correios do Distrito Federal, Moisés Leme, o sindicato local defende que o reajuste valha apenas até o próximo dissídio da categoria, previsto para setembro de 2010. As reivindicações iniciais dos servidores dos Correios são: recomposição de perdas salariais de 41% e acréscimo de R$ 300,00 ao piso salarial da categoria, que é de R$ 640,00. A ECT se propôs a pagar um acréscimo de R$ 100,00 e reajustar o vale-alimentação de R$ 20,00 para R$ 21,50.
“A gente quer discutir outras propostas”, disse Leme, referindo-se a benefícios sociais, como a redução da jornada de trabalho de 40 horas para 36 horas semanais e a entrega de correspondência somente pela manhã. O sindicalista disse que a adesão dos carteiros à greve em todo o Brasil é de 70%. A ECT afirma que a adesão é de 27%.