A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) decidiu pagar já neste mês o reajuste de 9% sobre os salários como forma de incentivar os trabalhadores que aceitaram a proposta da estatal e estão trabalhando normalmente.
Os Correios também decidiram antecipar, do dia 30 para o dia 25, o pagamento dos salários, que virão para os grevistas com o desconto dos dias parados. O aumento será pago um dia depois da assembleia de conciliação, marcada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) para quinta-feira.
Permanecem em greve 25 dos 35 sindicatos da categoria. A adesão ao movimento, que começou na quarta-feira passada, está hoje em 17% dos 109 mil funcionários da estatal, segundo dados dos Correios. Por causa da greve, cerca de 40 milhões de correspondências e 441 mil encomendas estão retidas nos centros de distribuição da empresa.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios (Fentect) disse que enquanto pelo menos 18 sindicatos mantiverem a greve não pode se posicionar a favor da proposta da ECT.
Os grevistas querem 41% de reposição salarial e acréscimo imediato de R$ 300 ao piso da categoria, que é de R$ 640. O governo ofereceu um reajuste de 9%, válido por dois anos, e um acréscimo salarial de R$ 100, a partir de janeiro 2010.
Os Correios se dispõem, ainda, a aumentar o vale-alimentação de R$ 20,00 para R$ 21,50 neste ano e para R$ 23,00 no próximo ano e a conceder um vale-alimentação extra nos meses de dezembro deste ano e de 2010.
A concessão dos benefícios propostos pela empresa representa terá um impacto anual de R$ 729 milhões na folha de pagamento da ECT, que é de R$ 5,5 bilhões.
Ontem o TST determinou que pelo menos 30% dos funcionários sejam mantidos trabalhando em cada uma das unidades da empresa, argumentando que os Correios prestam serviço público essencial e de relevância social.
Diante da continuidade da greve por grande parte dos sindicatos, permanecem suspensos os serviços de entrega com hora marcada, como Sedex 10, Sedex Hoje e Disque Coleta.