São Paulo (AE) – A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) gastou R$ 39,8 milhões na compra de espaço publicitário no ano passado. O investimento foi superior a tudo o que o governo do Estado do Rio de Janeiro gastou no mesmo período, R$ 22,4 milhões. A despesa de São Paulo, o Estado mais rico do País, ficou em R$ 16,4 milhões. O gasto dos Correios na compra de espaço publicitário chegou a ser quase quatro vezes superior aos gastos no mesmo período da Nossa Caixa (SP), de R$ 4,3 milhões, e do Banrisul (R$ 4,2 milhões) no mesmo período e das prefeituras do Rio (R$ 4,2 milhões) e Belo Horizonte (R$ 3,5 milhões).
Os dados são de pesquisa Ibope/Monitor – que são divulgados pelo grupo Meio&Mensagem, especializado em mídia e publicidade – e levam em conta descontos de tabela dados por meios de comunicação, que ficam em média em 40% do valor de tabela. As agências de publicidade ganham nessa comercialização a chamada "bonificação por volume", o BV que Marcos Valério, da DNA e da SMPB, que tem a conta dos Correios, não soube explicar do que se tratava à CPI.
Explica-se: ao adiantar receita aos meios de comunicação – revistas, jornais, emissoras de rádio e TV e outras mídias, como internet -, a exemplo dos pagamentos feitos pela veiculação durante todo o ano, essas agências ganham dos veículos cerca de 15% sobre o valor a ser pago.
Liderança – Em 2004, de acordo com os dados do Ibope/Monitor, os 30 maiores anunciantes de governo investiram R$ 907 milhões na compra de espaço na mídia. A liderança é do Banco do Brasil, com investimento de R$ 151,8 milhões, que concorre com Bradesco, Itaú e Unibanco, num segmento extremamente competitivo, onde a disputa por clientes é uma constante.
Em segundo lugar no ranking dos anunciantes do governo aparece a Petrobras, com gastos de R$ 136,1 milhões. Nesse total se incluem as despesas com a distribuidora BR, que também compete no segmento com concorrentes fortes, como Shell, Texaco, Ipiranga e Esso.
A Justiça Eleitoral, com um gasto de R$ 134 milhões, aparece em terceiros lugar. No mesmo ranking a Caixa Econômica Federal está em quarto lugar (R$ 74,3 milhões) e o Ministério da Educação em quinto (R$ 73,8 milhões), seguidos do próprio governo federal (R$ 65,2 milhões) e do Ministério da Saúde (R$ 52,9 milhões).
Em oitavo lugar, surgem os Correios, que exercem posição de monopólio, com o investimento de R$ 39,8 milhões, seguido dos governos estaduais do Rio de Janeiro e São Paulo e da Prefeitura de São Paulo, com gasto de R$ 15 milhões em 2004, o mais alto entre as prefeituras.