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Correção: Câncer de pulmão costuma ser ‘bastante agressivo’, diz especialista

No segundo parágrafo, a frase “grupo chamado de pequenas células” foi alterada para “grupo chamado de não pequenas células”. Segue texto corrigido:

O câncer de pulmão tem como principal causa o tabagismo e o fato de todo o órgão estar exposto à fumaça e a agentes cancerígenos aumenta o risco de a doença aparecer mais de uma vez. Esse foi o caso de Ana Maria Braga, de 70 anos, que revelou ter sido diagnosticada novamente com esse tipo de câncer – ela teve outros “dois pequenos” anteriormente.

Desta vez, Ana Maria disse que tem um adenocarcinoma “mais agressivo”, sem possibilidade de fazer cirurgia ou radioterapia. Esse subtipo de tumor é o mais comum dentro de um grupo chamado de não pequenas células que representa 15% dos casos de câncer de pulmão, explica o oncologista William Nassib William Júnior.

Por si só o adenocarcinoma não é tão ameaçador, mas a forma como ele se apresenta dentro do órgão afetado e a extensão podem torná-lo mais sério. William Júnior, que faz parte da equipe do médico que cuida da apresentadora na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, não está acompanhando o caso de perto, mas explicou, em conversa com o E+, alguns pontos importantes sobre o câncer de pulmão.

Uma pessoa com diversos cânceres

Ana Maria já tratou de um câncer de pele, de outro no baixo ventre e de dois menores no pulmão. O oncologista confirma que, de fato, uma pessoa com tumor tem chance aumentada de desenvolver outros.

Mulheres que tiveram câncer de mama em idade precoce, muita vezes relacionado a fatores genéticos, podem desenvolver outro tumor mamário ou de ovário. William Júnior diz que existem síndromes genéticas e hereditárias bem definidas que predispõem uma pessoa a ter diferentes tipos de câncer.

“Depende do fator de risco a que a pessoa foi exposta. Síndromes hereditárias não são muito importantes em câncer de pulmão, mas podem ter apresentações clínicas diferentes”, afirma o médico, que é referência em tumor pulmonar.

Segundo ele, o risco é que um mesmo câncer volte a aparecer, mas há pessoas que desenvolvem outros subtipos não relacionados com o primeiro. O que diferencia um subtipo do outro é a composição molecular das células cancerígenas – e alterações moleculares ajudam a definir o melhor tratamento.

Por que o câncer voltou no mesmo órgão?

Um dos grandes problemas do câncer de pulmão é que o maior fator de risco é o tabagismo. “Quando o pulmão é exposto ao cigarro, todas as células do pulmão ficam sob risco de desenvolver células malignas. Às vezes, tem um tumor numa região, trata adequadamente, mas o resto do pulmão não é saudável, então é comum desenvolver outro tumor”, explica William Júnior.

Quando identificado em estágio inicial, a doença tem alto potencial de cura, mas há o risco de voltar, inclusive em outra região não relacionada ao primeiro caso. “E não é só o pulmão que está em risco”, alerta o médico.

Embora haja conhecimento da possibilidade de retorno do tumor, ainda não é possível prevenir. Na ocasião do primeiro diagnóstico, exames completos de imagem são realizados para avaliar os pulmões, mas as alterações moleculares não são visíveis. Além disso, também não existe um exame genético eficaz para detectar câncer de pulmão precocemente. Por isso, é importante acompanhamento médico após o tratamento.

“O melhor exame que temos para detectar precocemente é a tomografia de pulmão. Pessoas que têm exposição ao cigarro precisam fazer exame preventivo com tomografia de baixa dose de radiação”, orienta William Júnior. Segundo ele, estudos indicam uma redução de 20% das chances de morrer para quem realiza o rastreio do câncer de pulmão.

Tratamentos para câncer de pulmão

Antes de iniciar o tratamento, é preciso identificar se o câncer é inicial ou avançado. Isso é feito por meio daquela avaliação completa com diferentes exames de imagem. Por meio de uma biópsia, também é possível saber a composição da célula cancerígena, o que também ajuda a determinar a melhor forma de tratar.

“Tumores precoces, em geral, são tratados com cirurgia ou radioterapia e têm alto potencial de cura. Às vezes, são associados quimioterapia e radioterapia”, explica William Júnior. Em casos mais graves, em que o objetivo do tratamento é controlar a doença pelo maior tempo possível, há três opções: quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia.

Ana Maria Braga já recebeu o primeiro ciclo de medicamentos, que combina quimioterapia e imunoterapia. O oncologista destaca que não existe uma ‘receita’ para tratar o câncer de pulmão, que os procedimentos são muito personalizados, o que aumenta as chances de êxito.

O médico conta que, nos últimos três anos, percebeu-se que unir quimioterapia com imunoterapia tem dado melhores resultados. Mas, novamente, não é uma indicação para todas as pessoas. “Quando fazemos diagnóstico com câncer de pulmão avançado, fazemos uma série de testes para definir qual dessas três opções é mais apropriada”, afirma.

Entenda os tratamentos

Quimioterapia: processo no qual as medicações são, na maioria das vezes, injetáveis, mas podem ser por via oral também. As drogas vão agir diretamente nas células tumorais, tentando controlá-las e destruí-las.

Imunoterapia: nessa técnica, o medicamento que entra pela veia vai agir para fortalecer o sistema imunológico a fim de que ele mesmo combata o tumor.

Terapia-alvo: são drogas, em geral, via oral que agem diretamente em uma molécula que esteja danificada na célula tumoral. Dessa forma, a terapia bloqueia o tipo de molécula que está causando mal.

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