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Correção: Após polêmicas, governo cogita colocar militar na direção do Inpe

A nota publicada anteriormente continham um erro. O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC), Marcos Pontes, disse que entre os nomes para diretor do Inpe está um oficial da Aeronáutica que é doutor em desmatamento, e não um oficial e um doutor, como constou. Segue a nota corrigida:

O ministro da Ciência e Tecnologia, Inovação e Comunicação, Marcos Pontes, afirmou, em entrevista à Rádio Eldorado, que o nome do novo diretor do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) deve ser anunciado entre esta segunda-feira, 5, e terça-feira, 6. Segundo ele, o critério será técnico e, entre os nomes, está um oficial da Aeronáutica, que é doutor em desmatamento. “Estou procurando nome que tenha conexão com Inpe, que tenha conhecimento nessa área desmatamento e em gestão”, disse Pontes.

O ministro declarou que o ex-diretor do Inpe Ricardo Galvão tornou a situação insustentável ao procurar a imprensa para rebater os comentários do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em vez de tentar resolver a situação pelo diálogo.

“Se o Galvão tivesse me procurado após os comentários de Bolsonaro, tudo poderia ter sido resolvido no diálogo. O fato de ter falado direto com a imprensa gerou perda de confiança”, afirmou Pontes. “Tem influência do presidente (na demissão), mas também tem minha parte, porque se tornou difícil contornar a situação.”

O ministro disse que está à disposição para dar esclarecimentos no Senado Federal, caso seja chamado.

Sobre o monitoramento do desmatamento, central na crise entre o Inpe e o governo, Pontes disse que o sistema será alterado, de modo a atender melhor o cliente final, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que responde ao Ministério do Meio Ambiente, chefiado por Ricardo Salles.

Segundo o ministro, serão colocados mais satélites, a análise será conjunta e a divulgação dos dados será definida junto ao Ibama, mas que será de forma transparente. Pontes explicou que antigamente os dados eram dados ao Ibama antes, que verificava se tinha alguma ação de desmatamento em curso e, só cinco dias depois ,eram divulgados na página do Inpe.

“Houve uma dificuldade de comunicação. O Inpe e o Ibama não estavam conversando muito bem. Todo problema começou com o uso incorreto dos dados do Inpe. Os dados do Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real) são crus, não podem ser divulgados imediatamente”, afirmou. “Confiamos nos dados do Inpe, mas talvez a forma dos dados não seja ideal para combater o desmatamento.”

Segundo ele, o Deter é um levantamento rápido, que pode ter ruídos.

Pontes reconheceu, porém, que o Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes), levantamento anual que deve ser divulgado entre o fim de agosto e início de setembro, deve mostrar a mesma tendência de aumento do desmatamento dos dados que iniciaram a polêmica no Inpe.

O Deter apontou aumento de 88% do desmatamento na Amazônia em junho em relação ao mesmo mês do ano anterior e de 40% nos 12 meses anteriores, dado que deve ter maior aderência com o Prodes.

Em relação às declarações polêmicas de integrantes do governo sobre a inexistência de desmatamento e de aquecimento global, Pontes contemporizou dizendo que procura explicar os dados do ministério para Bolsonaro e outros ministros.

“Mas a questão é que nem todo mundo entende sobre ciência e às vezes interpreta do ponto de vista pessoal”, completando que ele também não entende de economia e que, apesar de ter algum conhecimento de diplomacia, não cursou o Instituto Rio Branco, de formação de diplomatas.

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