Brasília – Ex-advogado de perseguidos políticos de Brasília, ex-senador pelo PDT do Distrito Federal e ministro da Justiça no governo Itamar Franco, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Maurício Corrêa, de 69 anos, transformou-se numa espécie de líder sindical dos juízes na negociação da reforma da Previdência. Os sindicalistas de verdade lhe dão crédito pelo recuo anunciado, porém não confirmado, do governo a respeito das aposentadorias dos servidores públicos. “O Judiciário precisa de alguém que fale em seu nome, que represente a sua voz, e, no início do mandato, ele (Maurício Corrêa) está conseguindo exercer esse papel”, afirmou o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Paulo Sérgio Domingues. “Certamente a experiência política dele está ajudando”, acrescentou. “O desempenho do ministro Maurício Corrêa, até agora, está muito bom”, concordou o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, Grijalbo Coutinho. Foi graças a um trabalho meticuloso realizado nos bastidores que Corrêa conseguiu que importantes líderes governistas assumissem um discurso a favor do que antes era considerado um absurdo pelo Planalto: a manutenção das aposentadorias integrais iguais ao último salário tanto para os atuais como para os futuros juízes.
