Coronel preso com propina na mala

São Luís

– A Polícia Federal prendeu ontem o coronel da reserva Orlando Pantoja, às 6h15m, quando ele tentava embarcar num jatinho com R$ 371 mil em dinheiro, no aeroporto de São Luís, para a cidade de Imperatriz. O superintendente da PF no Maranhão, Augusto Serra Pinto, disse não ter dúvidas de que se trata de crime eleitoral. O dinheiro, em cédulas de R$ 50 e R$ 100, seria transportado em caixas no jatinho PT-VKV. Numa delas, além do nome do destinatário, encontrou-se uma bandeira com o nome do candidato José Reinaldo Tavares (PFL), governador do estado que tenta se reeleger.

Joaquim de Carvalho Nina, gerente comercial da Fan Táxi Aéreo, dona do avião, confirmou à Polícia Federal que o jatinho fora alugado pela coligação de José Reinaldo. “Não trabalho com hipóteses. Estamos num período eleitoral e uma apreensão em cédulas de R$ 50 e R$ 100 no fim da campanha, para mim, é para compra de votos. Não tem outra finalidade. Mas quem vai analisar é o juiz eleitoral”, disse Augusto Serra Pinto.

A Coligação Maranhão Segue em Frente, de José Reinaldo, divulgou no início da tarde uma nota oficial dizendo que o dinheiro seria usado para pagar advogados e outras despesas de campanha, entre elas atividades de fiscalização, em 62 cidades perto de Imperatriz. A nota não explica por que o pagamento seria feito em espécie. A coligação diz que seu adversário, o candidato Jackson Lago, numa união de forças com o candidato tucano à Presidência, José Serra, utiliza-se do mesmo método que prejudicou a campanha de Roseana Sarney à Presidência da República.

Como aconteceu na apreensão de R$ 1,34 milhão em dinheiro na empresa Lunus, da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, a Polícia Federal exibiu o dinheiro numa mesa para fotos. Esse não seria o primeiro vôo para transporte de dinheiro. Sexta-feira à tarde, o mesmo avião levou o coronel Pantoja às cidades de Caxias, Codó e Pastos Bons, onde foram realizadas entregas de malas.

Preso em flagrante, Pantoja se recusou a prestar esclarecimentos à Polícia Federal. O coronel é cunhado de Carlos Orleans Brandão, chefe de gabinete do governador José Reinaldo. A Polícia Federal foi acionada na noite de sábado pela Procuradoria Regional Eleitoral e passou a noite em diligências para flagrar o coronel. A denúncia foi apresentada ao Ministério Público Eleitoral pelos deputados federais Roberto Rocha (PSDB), Neiva Moreira (PDT) e pelo deputado estadual Aderson Lago (PSDB).

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