Copom acena com mais redução dos juros a curto prazo

Brasília – A inflação sob controle e o cenário de estabilidade da economia contribuem para a continuidade do processo de redução gradativa da percepção de riscos e, com isso, criam espaço para ?juros reais menores no futuro?. É o que diz a ata da reunião realizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na semana passada, em que se reduziu a taxa básica de juros (Selic) de 12,50% para 12% ao ano.

O documento, divulgado nesta quinta-feira (14) pelo Banco Central, ressalta a contribuição do setor externo para a consolidação de um ?cenário benigno? para a inflação, em contraponto com o crescimento do ritmo de expansão da demanda doméstica, que pode afetar a dinâmica inflacionária de médio prazo.

Os integrantes do Copom destacam que a contribuição do mercado externo amplia espaço para que ?as taxas de crescimento da demanda agregada e da oferta doméstica se equilibrem?, de modo a não comprometer a convergência para a trajetória de metas da inflação, centrada em 4,5%. Como todas as projeções indicam inflação bem abaixo disso, cinco dos sete diretores  optaram por aumentar a calibragem das reduções anteriores, de 0,25 para 0,50 ponto percentual. Apenas dois mantiveram  posição mais conservadora.

A ata reafirma o diagnóstico das reuniões anteriores de que, ?além de conter as pressões inflacionárias de curto prazo, a política monetária tem contribuído para a consolidação de um ambiente macroeconômico favorável em horizontes mais longos?. Portanto, ?as perspectivas para a trajetória de inflação permanecem benignas?.

O Copom não vê sinais de pressões inflacionárias a curto prazo, embora admita que o aquecimento da demanda interna ?pode ensejar aumento no repasse de pressões sobre preços no atacado para preços ao consumidor?. Por isso, o Banco Central promete manter-se ?especialmente vigilante? para evitar que incertezas de curto prazo se propaguem para horizontes mais longos.

Isso será analisado na próxima reunião do Copom, marcada para os dias 17 e 18 de julho. Desde já, os analistas de mercado, consultados pela pesquisa Focus do BC, apostam na continuidade de condições favoráveis para a economia e defendem que o Copom repita a dose de meio ponto na redução da Selic.

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