O presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel), Rubens Ghilardi, previu nesta terça-feira (4) que a concessionária deve decidir até a próxima segunda-feira (10) sobre a possível disputa pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp). "Até segunda-feira, acho que decidimos", indicou Ghilardi.
A Copel já havia divulgado que estuda a viabilidade e o interesse em disputar a Cesp. O cronograma de venda da Cesp pressiona a decisão, pois fixa no dia 10 a entrega de documentos para pré-identificação dos participantes, que terão seus nomes divulgados no dia 14.
Para ter chance de disputar o leilão, a Copel precisaria remover por meio de ação na Justiça, a restrição do edital à participação de empresas estatais de outros Estados. Esse obstáculo impede, por exemplo, que a Copel procure parceiros privados para competir, pois estaria automaticamente prejudicando o sócio, comentou Ghilardi. Há cerca de 15 dias, a Copel foi procurada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que demonstrou interesse em avaliar o caso em parceria, já que sofre a mesma restrição.
Ghilardi considerou que o mais provável é mover ação para tentar retirar este impedimento do edital. Uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), contudo, teria um complicador adicional, já que a Copel diretamente não pode questionar a constitucionalidade do edital. Furnas também está interessada e trabalha na possibilidade de disputar o leilão, citou Ghilardi, lembrando que a Eletrobrás pretende modificar a legislação que a impede de ser majoritária em parcerias. Enquanto conclui sobre as alternativas possíveis, a Copel comprou o edital.
Sobre a atratividade da Cesp, Ghilardi disse que ainda não há uma conclusão e fez duas observações. A primeira, sobre as concessões que vão vencer pela segunda vez e, portanto, não seriam mais renovadas. Além disso, a usina de Porto Primavera levaria 40 anos para se pagar, calculou ele. Mesmo assim, a compra da Cesp elevaria a geração da Copel de 5% para 10% do parque nacional, comparou.
A Copel trabalha com expectativa de retorno de aproximadamente 10%, mas este número pode sofrer variações de acordo com a estrutura de financiamento obtida, ponderou Ghilardi. Os competidores estrangeiros podem considerar taxa menor, pois obtém financiamentos mais acessíveis, comparou ele.