O ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), que renunciou ao mandato para não ser cassado, admitiu ontem, em Paulista, na região metropolitana do Recife, a possibilidade de ser, novamente, candidato a presidente da Câmara dos Deputados. ?Se passar um cavalo selado, eu monto?, disse, ao afirmar que as circunstâncias para isso dependem de Deus.
Severino afirmou ter a certeza que será eleito, de novo, deputado em 2006, com mais de 100 mil votos, votação maior da que obteve em 2002 (80.668 votos). O otimismo dele diante das urnas é compartilhado pelo presidente nacional do partido, deputado Pedro Corrêa (PE), integrante da lista de cassáveis pelo suposto envolvimento com o escândalo do ?mensalão?.
Corrêa afirmou que não será cassado e que será reeleito federal e aposta que o ex-prefeito Paulo Maluf (PP), recém-libertado da prisão, engrossará a bancada da legenda na Câmara. O presidente nacional do PP estimou que Maluf terá mais de 1 milhão de votos. O ex-deputado do PP de Pernambuco e Corrêa foram ontem ao enterro do deputado Ricardo Fiúza (PP-PE), no Cemitério Morada da Paz.
Severino disse trabalhar, intensamente, atrás de votos, visitando com freqüência as cerca de 14 cidades – no Agreste e Sertão – onde tem base eleitoral. O ex-deputado do PP disse que a presença é importante nesses locais para poder desfazer a ?imagem negativa gerada pela campanha promovida? contra ele ?em todos os recantos do País?. Levado à Casa com o apoio de Fiúza, em 1994 – quando este não se candidatou -, ele reagiu aos comentários da oposição, que dizem que ele manda no Ministério das Cidades – cujo ministro, Márcio Fortes, foi indicado por ele. ?Quem diz isso são os inimigos, que querem me destruir e desestabilizar minha posição?, declarou. ?O ministro das Cidades é o melhor que Lula escolheu; não mando coisa nenhuma no ministério.?
Severino confirmou, no entanto, que faz lobby por Pernambuco em Brasília e garantiu ter conseguido liberar todas as emendas de interesse das bases que estavam pendentes no Orçamento da União deste ano. Já o presidente nacional progressista afirmou acreditar que não precisa trabalhar o plenário para se livrar da nulidade do mandato.
