Falar como bebê para bebês pode ser uma demonstração de carinho dos pais com os filhos logo depois do nascimento. Mas quando as crianças começam a crescer, falar corretamente é mais importante para estimular o desenvolvimento da linguagem.

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Os bebês começam a se comunicar através do choro. Com o passar do tempo, emitem sons mais como uma brincadeira, despertando a curiosidade pela fala. Apenas com sete ou oito meses de vida, atribuem algum significado às palavras. A fala propriamente dita vai aparecer a partir de um ano de idade, dependendo da evolução de cada um. “Isso não significa que até os dois anos a criança não se comunica. Ela usa gestos, atitudes, bate palma quando solicitada. É uma comunicação muito imitativa nessa fase”, explica a fonoaudióloga Marly Teixeira Kondo, integrante da equipe de Neurologia da Clínica Walkiria Brunetti.

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Um estudo que acaba de ser divulgado no The Journal of Neuroscience apontou que uma das melhores maneiras para incentivar a criança a falar é conversar com ela. Os pesquisadores usaram gravações em áudio e exames de imagens do cérebro de 40 crianças, entre 4 e 6 anos de idade. As imagens mostraram que as crianças mais envolvidas nas conversas apresentaram conexões intensas em duas regiões do cérebro: na área de Wernicke e na área de Broca, ambas localizadas no córtex cerebral e ligadas à compreensão e à produção da fala.

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A criança passa os primeiros meses de vida sendo exposta a todo tipo de som e comunicação. O bebê vive a fase da compreensão antes da emissão. E os pais podem ajudar muito, conversando, de fato, com o filho. “Então, você vai dar o banho, converse com a criança, mesmo bebezinho: ‘vamos tomar banho, olha como está a água, vou colocar a fralda, a mamãe vai passar creminho no bumbum’ e assim por diante”, aconselha Kondo.

Outra dica importante é, ao passear com o bebê, ir nomeando as coisas que vão surgindo, como paisagens, um cachorrinho na rua, as árvores, mas tudo de forma natural. “Não é para bombardear a criança com os nomes, não é isso. É mostrar o mundo através da fala e a criança vai internalizando tudo”, afirma a fonoaudióloga.

E quando a criança pronuncia alguma palavra errada, deve-se corrigir? Para Kondo, existe um caminho melhor. “Sempre devemos falar com a criança com nomes certos das coisas. Nunca com a linguagem do bebê, por exemplo, se cair um brinquedo, um carrinho no chão. Você deve pronunciar a palavra ‘carrinho caiu’ e não ‘o tainho taiu’, que tem criança que fala assim”, diz.

Por vezes, a criança ainda não consegue fazer os movimentos adequados para aqueles sons das palavras. É por isso que corrigir não é o remédio, na opinião da fonoaudióloga Marly Teixeira Kondo: “O adulto nunca vai corrigir com um ‘não pode falar assim’, mas repetir a palavra correta. Com o tempo é que acontece o amadurecimento. Então, a criança precisa do modelo correto e não da correção”, conclui.