Por orientação dos advogados Fábio Tomás de Souza e Normando Augusto Cavalcanti Júnior, o controlador de vôo Jomarcelo Fernandes dos Santos não respondeu nenhuma pergunta no depoimento sobre o acidente com o Boeing da Gol, em 29 de setembro do ano passado, que deixou 154 mortos. Seu depoimento na Justiça Federal em Sinop, no Mato Grosso, durou menos de 20 minutos.

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A denúncia do Ministério Público (MP) responsabiliza o controlador por crime doloso, com a intenção de causar o risco. O MP sustenta que o plano de vôo do jato Legacy, que se chocou com a aeronave da Gol, previa duas mudanças de altitude no trajeto de São José dos Campos, em São Paulo, até Manaus, no Amazonas. Uma delas, logo após a passagem por Brasília, quando o nível de cruzeiro deveria ser reduzido a 36 mil pés – a partir daquele ponto, os níveis ímpares são reservados a quem segue no sentido contrário.

"Diferentemente dos outros acusados Jomarcelo, tinha plena consciência do risco de uma colisão. Ele sabia, pois os equipamentos mostravam isso, que após passar por Brasília o Legacy se mantinha em uma altitude de 37 mil pés, equivocada para a rota, e nada fez", disse o procurador Thiago Lemos de Andrade.

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