Contador da Parlamat suicida-se

Milão – Um contador da Parmalat suicidou-se ontem à tarde perto de Parma (norte), informou a imprensa. Alessandro Bassi, 32 anos, funcionário administrativo da multinacional italiana falida, jogou-se de uma ponte de uma estrada provinciana entre Fornovo e Soligano, nos arredores de Parma. Bassi, casado e com dois filhos, não estava sendo investigado pelos fiscais do caso, que examinam há um mês uma das fraudes contábeis mais graves da história da Europa.

Bassi era assessor contábil dos ex-diretores financeiros da Parmalat Fausto Tonna e Luciano del Soldato, detidos pela polícia italiana. Tonna é considerado o “cérebro” de uma complexa rede de operações financeiras ilícitas durante os último quinze anos. Os promotores o acusam de ajudar a construir uma rede de subsidiárias localizadas no exterior com ativos fictícios. Elas teriam sido responsáveis pelo buraco contábil na empresa que, segundo investigadores, pode superar 10 bilhões de euros.

A crise da Parmalat explodiu há pouco mais de duas semanas quando sua administração revelou um déficit de US$ 4 bilhões em suas contas, forçando a companhia a entrar em concordata.

No Brasil a crise da empresa tomou proporções tão alarmantes, que sindicalistas da indústria de alimentação ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) querem que o governo federal promova intervenção na Parmalat do Brasil. Os trabalhadores temem que a gigante alimentícia feche suas 8 fábricas no País, eliminando 6 mil empregos diretos. “Para nós, a administração Parmalat não existe mais. Queremos intervenção imediata do governo para salvar as fábricas”, afirma o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação (Contac), Siderlei Silva de Oliveira.

Ele e o presidente da CUT, Luiz Marinho, pedirão audiências na próxima semana com os ministros Roberto Rodrigues (Agricultura), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) e com o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, para buscar uma solução para a crise da companhia. “A administração da Parmalat no Brasil está dilapidando a empresa”, diz o sindicalista.

É descartado, porém, o desejo de que tal iniciativa governamental resulte em estatização da empresa. Segundo Oliveira, a intenção é formalizar a saída dos atuais diretores da Parmalat e estabelecer um novo sistema de administração, independente, com participação de funcionários e credores. Também é rejeitada a transferência das operações da multinacional italiana no Brasil para a Nestlé.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo