Consumo de leite por adultos é ‘reabilitado’

O Ministério da Saúde americano adverte: a intolerância ao leite é rara e o produto está liberado para grande parte dos adultos, e não o contrário. Não se justifica retirá-lo da dieta sem ter certeza de que o problema realmente existe. O alerta feito nos EUA tenta combater teorias contra o leite que ultrapassaram as fronteiras e chegaram a vários países, entre eles o Brasil.

Por aqui, cientistas organizaram um tribunal científico sobre o produto, cujas análises foram publicadas no livro Leite para Adultos – Mitos e Fatos Frente à Ciência (Editora Varella). O leite de vaca é saudável, apontam. A intolerância e as alergias são raras. E não há evidências científicas de que cause doenças respiratórias como a asma, por exemplo. Por outro lado, ainda é controverso que o leite seja benéfico por exemplo para úlceras, como diz a sabedoria popular.

“O leite é um alimento muito rico do ponto de vista nutricional. E seu consumo por pessoas sem componentes restritivos é salutar”, afirma a nutricionista Adriane Antunes, professora de Nutrição na Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas e uma das organizadoras do livro ao lado de Maria Teresa Pacheco, do Instituto de Tecnologia de Alimentos, de São Paulo.

Segundo Adriane, cortar o leite na idade adulta se tornou um tipo de modismo, impulsionado por polêmicas como as geradas pelas campanhas que nasceram nos EUA, a Got Milk? – pela substituição dos refrigerantes pelo leite – e Not Milk – pelo veto do produto nas dietas em razão de supostos riscos do alimento.

Não há motivo, portanto, para a maioria da população não seguir a recomendação que consta no Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, que preconiza três porções de leite e derivados por dia – uma porção é um copo de leite, por exemplo. Segundo a pasta, o leite é a melhor fonte de cálcio, mineral essencial para a saúde dos ossos, mas o País registra redução de consumo. A recomendação só não deve ser seguida se houver diagnóstico claro de problemas, como as alergias e a intolerância – possível por meio de testes específicos. Mas alguns profissionais no Brasil ainda defendem restrições com veemência para alguns pacientes.

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