Um sobrado em construção desabou na manhã de hoje na zona oeste de São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, ninguém ficou ferido.

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O desabamento ocorreu por volta das 12h30 na altura do número 2.200 da avenida Corifeu de Azevedo Marques, na região do Butantã. De acordo com os bombeiros, os sete operários da obra estavam em horário de almoço fora do local.

A corporação já realizou duas buscas por vítimas com uso de cães farejadores, mas não localizou ninguém sob os escombros. Uma terceira busca ainda será realizada, por precaução, mas a corporação descarta que haja vítimas.

Seis casas que fazem divisa com a obra foram interditadas pela Defesa Civil por risco de desabamento -uma foi liberada depois. Ainda não se sabe o motivo do acidente, mas existe a suspeita de que um muro de arrimo tenha cedido, levando terra e provocando o desabamento da casa.

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“Eu estava almoçando e tomei um susto. Foi um barulho de explosão, tremeu tudo, tremeu até a janela de alumínio”, disse Maria Cícero de Oliveira, 57, que mora em frente à obra.

Segundo moradores do bairro, o sobrado estava sendo construído para servir como república de estudantes. Os bombeiros não encontraram placas com o nome do engenheiro da obra e nenhum responsável pelo terreno apareceu hoje -os operários também foram embora.

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Um poste de energia foi atingido pelos escombros e provoca falta de luz nas imediações.

Problema conhecido

Os moradores das casas interditadas dizem que a obra vem causando problemas desde 2009.

Alice Bernardes Castanho, 84, mora na rua Paulo Ribeiro da Luz e seu terreno faz divisa com a obra. Ela diz que, em 2009, houve o desabamento de sua edícula e de parte da cozinha.

A Defesa Civil interditou sua casa, que só foi liberada após ela realizar reformas que custaram cerca de R$ 15 mil.

Outros moradores também disseram que surgiram fendas e rachadas em suas casas depois que a obra começou.

Das cinco casas interditadas hoje, duas estavam vazias e em três moravam famílias. Assistentes sociais da prefeitura foram ao local e disseram que poderiam oferecer vagas em albergues, mas duas das famílias preferiram se acomodar em outro local.

A família Stoianov, porém disse que os albergues são uma “alternativa inviável”. “A gente não teve tempo de pegar nada e não temos para onde ir”, disse Fabiana, 37, que mora na casa com o marido, dois filhos, a irmã, a mãe e uma sobrinha.

Polícia

O delegado Roberto dos Santos Moraes, do 51º DP (Butantã), disse que será instaurado um inquérito para apurar as responsabilidades sobre o acidente.

Segundo ele, há informações de que a obra já havia recebido um auto de interdição parcial da Defesa Civil. “Vamos averiguar se o responsável pela obra estava descumprindo o auto”, disse.