As empresas derrotadas pela espanhola OHL no leilão de rodovias federais estão olhando com lupa as planilhas de custos apresentadas pela empresa, especialmente os mais de 30 itens em que ela previu gasto zero. As outras vencedoras, Acciona e BR Vias, fizeram o mesmo, com menos itens. As derrotadas avaliam que é nesses dados que podem ser encontradas inconsistências que sustentem recursos para modificar o resultado do leilão.
O prazo para questionamentos termina nesta sexta-feira (dia 9). Pelo menos o consórcio PR/SC confirmou que vai recorrer à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para questionar a vitória da OHL no trecho Curitiba-Florianópolis (BRs 116, 376 e 101). O PR/SC, que ficou em terceiro lugar nesse lote, vai argumentar que a proposta da OHL é "inexeqüível", ou seja, que o preço do pedágio dos espanhóis (R$ 1,028) não é suficiente para custear a manutenção das rodovias.
Segundo o porta-voz do consórcio, Danilo Pitta, as atas das análises das propostas, divulgadas anteontem pela ANTT, dão subsídios ao recurso. A própria agência observou que as empresas vencedoras anotaram R$ 0,00 nas previsões de aportes necessários para cobrir alguns itens de gastos operacionais e de investimentos previstos.
