O presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Batista Júnior, defendeu a necessidade de mais investimentos na prevenção de doenças e na promoção da saúde. Segundo ele, a medida evitaria a dependência de exames, medicamentos e procedimentos de alta e média complexidades como consultas, cirurgias e transplantes, que são caros para o Sistema Único de Saúde (SUS).
?Ter saúde não é tratar doença?, disse Batista Júnior, ao participar na noite de terça (2) da abertura da Conferência Estadual de Saúde de Alagoas. ?Precisamos superar essa visão que privilegia a doença e chega a determinadas situações em que a solução é praticamente inviável?, completou.
Nos últimos 12 meses, dos cerca de 60% dos brasileiros que procuraram atendimento médico, 43% estavam com algum problema crônico, de acordo com Batista Júnior. No mesmo período, 28,6% da população recorreram a ações preventivas na área, como vacinas.
O presidente do conselho destacou que a dependência de medicamentos – receitados em 60% das consultas médicas – é responsável por 40% dos casos de internações por intoxicação.
Para ele, a melhoria do sistema público de saúde está vinculada à rede de atenção à saúde, formada por profissionais de várias áreas como nutrição, fisioterapia e educação física, que podem orientar a população sobre como ter hábitos de vida saudáveis.
Políticas públicas nas áreas de moradia, trabalho, emprego, educação e combate à violência também podem diminuir os custos do Estado com saúde, na avaliação de Batista Júnior. Segundo ele, a destinação de mais recursos para saneamento básico, por exemplo, reduziria os casos de diarréia.
?Precisamos superar essa prática conservadora que nós temos com foco na área curativa, do medicamento e do hospital. Se continuarmos fechados, não vamos dar conta da demanda do sistema de saúde?, destacou.