O projeto de construção da usina nuclear de Angra 3 deve ser aprovado na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que está previamente marcada para o final de junho, na avaliação do ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende. "Angra 3 já está na pauta. A mudança de ministro (das Minas e Energia, Silas Rondeau, que pediu demissão) atrasou um pouco a reunião. Mas ela já está marcada, e terá a presença do ministro interino da pasta", disse. "A expectativa é que (o projeto) seja aprovado", disse.
O ministro participou hoje da cerimônia de posse do novo presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Luís Manuel Rebelo Fernandes. Quando questionado por repórteres se a aprovação sairia mesmo com as afirmações desfavoráveis ao projeto da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, Rezende foi cauteloso e preferiu não comentar as declarações da ministra sobre o assunto. Entretanto, observou que pessoas dentro do ministério do Meio Ambiente são favoráveis à energia nuclear, e citou a nova secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Thelma Krug, que teria se mostrado favorável a projetos de usina com essa modalidade energética, de acordo com o ministro.
Na avaliação de Rezende, a energia nuclear é viável economicamente para o Brasil, que possui todas as condições para construir novas usinas nucleares. "Temos a sexta maior reserva comprovada de urânio do mundo e dominamos o ciclo de processamento. Essa reserva (de urânio) é suficiente para alimentar as usinas de Angra 1, 2, 3 por 500 anos", disse. Ele lembrou as declarações de membros do governo de que o País precisaria de quatro até oito usinas nucleares até 2030. "Isso é o mínimo de que precisaremos", disse.
O ministro admitiu que a questão dos rejeitos é um problema. Mas considerou que os avanços da ciência podem conduzir a um cenário no futuro, em que se possa ter tecnologia para processar esses rejeitos.