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Brasília – O deputado federal André Luiz (sem partido-RJ) deverá depor hoje ao Conselho de Ética da Câmara Federal, na reunião marcada para esta manhã. O parlamentar responde a processo por falta de decoro, sob acusação de tentativa de extorsão contra o empresário de jogos Carlinhos Cachoeira.

Será a segunda tentativa de ouvir o deputado. Na primeira, quinta-feira passada (dia 16), o advogado de André Luiz alegou que o cliente estava fazendo exames médicos. Segundo o relator do caso, deputado Gustavo Fruet (sem partido-PR), esta será a última oportunidade para que André Luiz apresente sua versão. Caso o parlamentar não compareça, o processo passará para a etapa seguinte, com os depoimentos de outros envolvidos.

De acordo com Fruet, o advogado de André Luiz ainda não apresentou o atestado médico solicitado pelo conselho para justificar a ausência na primeira data marcada para o depoimento. "Caso o deputado não compareça amanhã (hoje), ficará claro que está fugindo da notificação. Não podemos ficar com o processo parado", disse Fruet.

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O relator lembrou que, ao apresentar sua defesa escrita, o próprio André Luiz pediu para depor pessoalmente no Conselho de Ética. Ficou então estabelecido que o depoimento ocorreria na primeira sessão após o início da autoconvocação do Congresso.

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A intenção de Fruet é marcar para quarta-feira o depoimento do deputado estadual Alessandro Calazans, presidente da CPI da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que apurou as denúncias de corrupção na Loterj. Também serão chamados para depor o empresário Carlinhos Cachoeira; o publicitário Alexandre Chaves, apontado como responsável pela gravação da conversa telefônica na qual supostamente André Luiz pediria dinheiro a Cachoeira para interferir a seu favor na CPI da Loterj; o jornalista Jairo Martins, que também teria participado da gravação; o advogado Celso Dávila, que teria intermediado a primeira conversa entre Cachoeira e André Luiz; do presidente da Alerj, Jorge Picciani; e dos dois relatores da CPI, deputados Luiz Paulo Corrêa da Rocha e Paulo Melo.

O Conselho de Ética da Câmara tem prazo de 90 dias (contados a partir de 25 de novembro, quando foi instaurado o processo) para concluir o processo contra André Luiz. O parecer do conselho será depois submetido ao plenário da Câmara, que, por voto secreto e maioria absoluta, decidirá pela cassação ou não do deputado acusado. A contagem do prazo é suspensa durante o recesso parlamentar.