O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PR-BA), assinou hoje o convite para o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG), processado por quebra de decoro parlamentar, prestar depoimento ao colegiado. O conselho não tem poder de convocação, mas o presidente acredita que Edmar irá comparecer para esclarecer dúvidas e apresentar pessoalmente a defesa. Não há caso de deputados processados que não tenham comparecido ao conselho, segundo o presidente.
Duas datas foram oferecidas a Edmar: o dia 13 ou o dia 20 deste mês. Em defesa encaminhada ao conselho por escrito, na semana passada, Edmar recorreu à tese do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), de que irregularidades cometidas no passado com a cota de passagens aéreas não serão punidas. Edmar argumentou que a mesma anistia vale para o uso da verba indenizatória. O parlamentar ficou conhecido por ser dono de um castelo de R$ 25 milhões, na zona da mata mineira. Ele é suspeito de ter usado em benefício próprio recursos da verba.
Entre 2007 e 2008, ele gastou R$ 230,6 mil na contratação de duas empresas de segurança de sua propriedade. A comissão de sindicância responsável pela investigação preliminar do caso sustenta que a prestação do serviço não foi comprovada. Um fato chamou atenção de parlamentares e técnicos do conselho: Edmar não apresentou o rol de testemunhas de defesa. Em reunião marcada para amanhã, o relator do processo, Sérgio Moraes (PTB-RS), deverá apresentar os nomes das testemunhas que pretende ouvir durante a investigação.