Congresso investiga os brasileiros no Japão

Brasília – Integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Emigração Ilegal já estão no Japão desde o início da semana para conhecer a situação dos brasileiros que vivem no país. A maioria é descendente de japoneses. A comitiva programou visitas a comunidades de dekassegui (como são conhecidos no país) em Tóquio e Nagoya e aos presídios das duas cidades.

Também estão previstos, ainda, encontros na Embaixada do Brasil, contatos com autoridades do governo japonês e do Conselho de Cidadãos do Consulado-geral brasileiro no país. Os parlamentares permanecem no Japão durante toda a semana. O grupo é liderado pelo senador Marcelo Crivela (PMR-RJ) e pelo deputado João Magno (PT-MG). Eles receberam denúncias de que os brasileiros têm enfrentado discriminação nas escolas japonesas e dificuldade no acesso ao sistema de saúde.

A imigração de brasileiros para o Japão teve um crescimento acentuado nos anos 80s devido à falta de oportunidades no Brasil e a necessidade japonesa por mão de obra, em face do forte aquecimento da economia local. No entanto, com o passar do tempo, a economia japonesa passou a enfrentar dificuldades, os postos de trabalhos disponíveis já não eram tão abundantes e os brasileiros passaram a enfrentar problemas.

Estima-se que 300 mil dekasseguis vivam no Japão. Por causa da dificuldade em conseguir emprego, tem aumentado o número de brasileiros presos por pequenos roubos. A maior parte dos dekasseguis trabalha nas indústrias automobilísticas, de componentes eletro-eletrônicos e de alimentação. Os salários estão na faixa de U$ 10 a hora, com uma rotina de aproximadamente 10 horas por dia.

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