Brasília – Paralelamente ao início dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado, comissões permanentes da Câmara e do Senado vão intensificar nesta semana as investigações sobre a remessa supostamente ilegal de US$ 30 bilhões ao exterior entre 1996 e 2002 por meio das contas CC-5, usadas por não-residentes no País. Hoje à tarde, a Comissão de Segurança Pública da Câmara vai ouvir o depoimento dos procuradores Luiz Francisco de Souza, Valquíria Oliveira Nunes e Raquel Branquinho Nascimento.
Está nas mãos de Luiz Francisco a documentação obtida na agência do Banestado de Nova York pelo delegado José Francisco Castilho Neto e que aponta, segundo o próprio policial, os titulares das contas, incluindo políticos e empresários. Amanhã, será a vez do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco falar na comissão. Ele é acusado pelo delegado Antônio Carlos de Carvalho de ter iniciado o processo de evasão de divisas ao autorizar, quando ocupava a presidência do BC, que as contas CC-5 abertas em cinco bancos de Foz do Iguaçu (PR) recebessem depósitos acima de acima de US$ 10 mil. Na próxima quinta-feira, ainda na Comissão de Segurança da Câmara, será realizada uma audiência pública com integrantes da força-tarefa criada para investigar a remessa supostamente ilegal do dinheiro ao exterior. Devem participar os procuradores João Francisco Bezerra de Carvalho e Alexandre Porciúncula e o delegado da Polícia Federal Maurício Valeixo. No Senado, a Comissão de Fiscalização e Controle vai se reunir amanhã para ouvir o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, sobre o trabalho da força-tarefa criada para apurar a evasão de divisas.