Rio (AE) – A Fundação Oswaldo Cruz confirmou ontem o terceiro caso de febre maculosa no Rio de Janeiro. O jornalista Roberto Moura, que morreu em 26 de outubro de infecção generalizada, foi contaminado pela bactéria Rickettsia rickettsii, que provoca a doença. Também foram vítimas da doença uma turista baiana, que se curou, e o superintendente da vigilância sanitária do município do Rio, Fernando Villas Boas Filho, que morreu em 31 de outubro.

continua após a publicidade

Todos estiveram hospedadas na Pousada Capim Limão, em Itaipava, Petrópolis, que será liberada amanhã pela vigilância sanitária do RJ, depois de uma semana de interdição. Ontem, o secretário de Estado de Saúde, decretou a trilha próxima à pousada zona endêmica de febre maculosa. Os exames de outros dois pacientes ainda internados – um professor de 62 anos e uma economista de 38 anos – tiveram resultado negativo. A Assessoria de Imprensa do Hospital São Lucas, no Rio, onde o professor está internado, informou que ontem foi enviada nova amostra de sangue para exame na Fiocruz. A presença de anticorpos não foi detectada na amostra colhida nos primeiros dias da doença, mas pode aparecer no novo teste.

O professor está internado na Unidade de Terapia Intensiva desde o dia 25, faz hemodiálise contínua, mas já respira sem a ajuda de aparelhos. Já a economista, que está internada na Clínica São Vicente, apresentou melhora e deve ter alta até o fim da semana.

Área endêmica

O secretário de Saúde do RJ, Gilson Cantarino, informou que placas alertarão para o risco de febre maculosa na trilha percorrida por Roberto Moura. ?Vou ter de considerar a parte rural de Itaipava área endêmica de febre maculosa, não tem solução, é uma obrigação. Até para que quem procure a área saiba disso. A pousada será reaberta a partir de quarta-feira (amanhã), pois tem todas as condições de ser reaberta, mas as trilhas permanecerão com o alerta da doença. Isso é fundamental para que a população possa se proteger?, afirmou Cantarino.

continua após a publicidade

O diretor da vigilância sanitária do RJ, Aloísio Ribeiro disse ontem que também será obrigatória a notificação à Secretaria de Saúde dos casos suspeitos da doença em todo o Estado. Ele informou que foram colhidas amostras de sangue de cerca de 50 animais (cavalos, bois, cães e gatos) e de 30 pessoas na região da pousada Capim Limão. Os exames, que serão feitos pela Fiocruz, vão ajudar o governo a medir a extensão da contaminação. Ribeiro explicou que a taxa de infeção pela bactéria entre os carrapatos é de 1 em cada 100.