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Conferência do clima deixa muito para 2018

Os negociadores da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Bonn, na Alemanha, acabaram chegando a conclusões que, na prática, reafirmam decisões passadas e jogam para 2018 a resolução de temas que embaçaram as negociações, como financiamento.

A plenária final ainda não havia se iniciado até as 21 horas de ontem, mas havia dois pontos mais fortes. Um deles é a reafirmação dos países em desenvolvimento do cumprimento de suas metas até 2020. O outro é a decisão de que no ano que vem ocorra o chamado Diálogo Talanoa, expressão de Fiji – que tem a presidência da COP – para colaboração e conciliação.

O cumprimento e o aumento de ambição dos compromissos pré-2020 virou a principal celeuma dos dez primeiros dias da conferência. Isso porque o Acordo de Paris, tema central da reunião, só será válido a partir de 2020 – e é sobre ele que se buscam estabelecer as regras de funcionamento nesta COP.

Até lá, países desenvolvidos têm metas de reduções de emissões a cumprir ainda dentro do Protocolo de Kyoto, regime climático anterior, e com a doação de US$ 100 bilhões para os países em desenvolvimento até 2020, valor que ainda não está claro sobre como vai ser obtido.

Havia no início da conferência um clima de desconfiança de que esses compromissos não seriam seguidos, mas o assunto foi resolvido. “Acabamos vendo um apetite forte para a redução de emissões antes de 2020. E isso é mais do que esperávamos”, comentou Mohamed Adow, ambientalista do Quênia da ONG Christian Aid.

“Bonn cumpriu sua promessa, mas não atendeu às necessidades do planeta. Previa-se uma COP técnica, desinteressante, e foi exatamente isso. O processo foi resgatado de uma possível reabertura da fissura entre ricos e pobres, mas, infelizmente, a atmosfera não se preocupa com o processo. O que precisamos agora é mais ambição em cortes de emissões e finanças. E isso esteve fora da mesa”, comentou Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima no Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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