Condomínio quer despejar jacaré em Sorocaba

Moradores de um condomínio fechado de alto padrão, em Sorocaba, querem despejar o que consideram um inquilino indesejável: um jacaré adulto com mais de dois metros de comprimento que habita o lago do residencial Lago da Boa Vista, na zona leste. Eles acham que o réptil é uma ameaça às crianças que costumam brincar na beira do lago. O condomínio já pediu à Polícia Ambiental a captura e retirada do bicho, identificado como um jacaré-do-papo-amarelo. A Ambiental, no entanto, quer que o caso seja resolvido pelo Ibama.

Um dos condôminos, o empresário Rogério Pinheiro Sampaio, conta que seu filho de dois anos brincava num gramado quando a bola caiu próximo do lago. “Quando vi, meu filho estava a vinte passos do jacaré.” Ele fez fotos do animal e pediu providências à administração do condomínio. Acionada, a Polícia Ambiental esteve no local, mas os policiais disseram que o condomínio, atualmente com trezentas casas, invadiu o habitat natural do réptil. Segundo eles, o lago é formado por um córrego que abastece também o lago do Parque Municipal Chico Mendes e o do próprio quartel da Polícia Ambiental onde também vive um jacaré da mesma espécie.

Os moradores foram orientados levar o caso ao Ibama, já que o animal silvestre é protegido pela legislação ambiental. O condomínio chegou a contatar uma empresa especializada para a realocação do jacaré, mas o custo apresentado foi considerado alto. Em consulta informal, o Ibama recomendou que a área em que vive o jacaré fosse cercada. A empresa que administra o condomínio estuda medida judicial para obrigar a captura, mas há moradores que defendem a permanência do réptil.

Uma moradora, que pediu para não ser identificada, disse que o jacaré não incomoda ninguém e fica a maior parte do tempo na água, saindo apenas para tomar sol. A administração colocou placas alertando os condôminos a tomarem cuidado com o jacaré. Há seis anos, os moradores conseguiram autorização para remover um bando de capivaras que vivia no lago. Na época, eles alegaram que os animais portavam o carrapato estrela, transmissor da febre maculosa.

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