O motoboy Cleverson Rodrigo Camargo Ricardo foi condenado a 13 anos e 4 meses de prisão por tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte) contra o advogado Jamil Chokr, pivô de um dos maiores escândalos de corrupção da Polícia Civil de São Paulo. Em 25 de maio de 2007, Chokr se envolveu em um acidente de carro na Marginal do Tietê e, dentro de seu Vectra blindado, policiais militares apreenderam R$ 38 mil e envelopes com as inscrições “DP”, supostamente endereçados a distritos policiais da capital.

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O advogado sempre negou as acusações de corrupção e disse ter perdido a direção do veículo ao tentar escapar de uma tentativa de assalto. A alegação do motoboy, preso em flagrante, era a de que Chokr havia tentado atropelá-lo. Ricardo acabou indiciado por tentativa de latrocínio e permaneceu preso. Até que, em 17 de setembro de 2008, ele resolveu prestar novo depoimento. Em troca da deleção premiada, contou o que supostamente sabia sobre a máfia dos caça-níqueis e o pagamento de propina a policiais.

O motoboy disse que o dinheiro era entregue aos policiais em um shopping na zona norte, em postos de gasolina e em uma empresa de blindagem. Pelo serviço, ele ganhava R$ 1.500 da máfia dos caça-níqueis e mais uma “caixinha” dos policiais. A propina era paga a partir do dia 5. E, por fim, apontou nove investigadores para quem entregaria os envelopes com dinheiro. As listagens apreendidas com Chokr indicavam que, dos 93 DPs da capital, 84 estariam no esquema. A defesa do motoboy vai recorrer ao Tribunal de Justiça. Chokr e Cristiane Linhares não foram localizados pela reportagem.

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