O concurso público para 1.000 vagas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) deve ter edital publicado até 13 de dezembro, mas especialistas recomendam que interessados não o esperem para iniciar os estudos.

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“Qualquer quantidade de estudos que o candidato acumular antes da publicação do edital será vantagem”, afirma o professor Fernando Mesquita, especialista em técnicas de aprendizagem no Gran Cursos Online.

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Concursos para o INSS costumam ser amplamente disputados: a seleção anterior, realizada em 2015, contou com mais de um milhão de inscritos para 950 vagas.

“O concurso do INSS será muito concorrido, e a preparação com antecedência é fundamental. Hoje, especialmente para provas assim, não basta o candidato aguardar o edital ser publicado para começar a preparação”, opina Mesquita.

O que cai no concurso do INSS?

Especialistas ouvidos pela reportagem concordam que, enquanto não há publicação do edital, os conteúdos previstos no edital anterior devem ser estudados.

Os conteúdos da prova do INSS de 2015/2016 foram:

-ética no serviço público

-regime jurídico único

-direito constitucional

-direito administrativo

-língua portuguesa

-raciocínio lógico

-informática

-seguridade social

Mesquita recomenda ao candidato iniciante que alterne estas disciplinas durante o dia. “Resolver questões todos os dias, revisar os pontos mais importantes e manter a constância nos estudos será um diferencial.”

O professor afirma que cerca de 60% da prova anterior foi relativa a direito previdenciário, motivo pelo qual recomenda que ao menos metade do tempo de estudos seja dedicado à disciplina.

“Sessões de estudo curtas, de 25 a 50 minutos, ajudam no aprendizado.” Para conteúdos como raciocínio lógico e informática, que têm muitos detalhes, ele diz que o tempo pode ser menor, de 15 a 25 minutos.

Fernanda Helene, advogada especialista em direito previdenciário e professora no AlfaCon, recomenda estudar todas as matérias e repetir as que costumam ter maior quantidade de questões. “No último edital foram 15 questões de língua portuguesa; seguridade social, 70 questões.”

Novas legislações podem ser cobradas

Para Helene, a reforma da Previdência (Emenda Constitucional 103/2019) e a Emenda Constitucional 120/2022 serão cobradas.

Entre as possibilidades de temas abordados, ela destaca as regras de transição. “A própria emenda trás, no corpo dela, regras próprias que são as conhecidas regras de transição. Provavelmente cairá de 3 a 6 questões relacionadas a regras de transição, porque são muitas.”

Já sobre a Emenda Constitucional 120/2022, que dispõe sobre agentes da saúde, ela diz que devem ser cobradas questões sobre a aposentadoria especial desses trabalhadores.

Ainda assim, a especialista diz que não é necessário se apegar, por exemplo, ao estudo da nova Instrução Normativa, a IN 128/2022. “Via de regra, os concursos não pedem Instrução Normativa, porque dentro da hierarquia das normas, está abaixo e é algo bem do dia a dia”, explica.

Estabeleça um ritmo de estudos constante

O professor Victor Dalton, sócio-fundador do Direção Concursos, diz que é importante manter um ritmo de estudos constante, e mantê-lo de forma sustentável até a data da prova.

“Muitas pessoas começam a estudar para concurso com todo o gás e, às vezes, esse gás é maior do que o ritmo que realmente aguenta. Aí em dois, três meses, a pessoa desiste e fica para trás”, relata.

Mesquita recomenda que o candidato não deixe de estudar, mesmo que tenha pouco tempo disponível durante o dia.

“Se 3 a 6 horas no dia forem possíveis, isso já será muito significativo. Mesmo que seja possível começar com 1 a 2 horas no dia, não deixe de estudar. Muita gente deixa de começar porque acha que precisa de quantidades de horas astronômicas de estudos, mas isso não é verdade.”

Procure estudar no horário de maior concentração. Mas, se isso não for possível, o importante é estudar. “Qualquer estudo é melhor do que nenhum estudo. Estude na hora que puder, faça intervalos regulares e use bons materiais de estudos, que serão diferenciais na aprovação”, recomenda.

Resolva questões de concurso anteriores

Mesquita indica a resolução de questões de concursos anteriores, citando como exemplo as questões de certo e errado e de múltipla escolha do Cebraspe, responsável pelo último concurso do INSS, e questões de múltipla escolha da FGV (Fundação Getulio Vargas), que diz serem duas candidatas fortes a se tornarem a organizadora do concurso.

Além disso, recomenda a preparação de material de revisão para fixação dos pontos mais complicados de cada conteúdo: “Anotações simples, de palavras-chave, que serão revistas semanalmente para reforçar a memória.”

Helene concorda com a indicação. “Fazer as provas anteriores é muito importante, mesmo em seguridade social, que é uma matéria que muda tanto e foi recentemente alterada pela reforma da Previdência.”

Além de responder às questões individualmente, ela indica que sejam resolvidas em formato de simulado para o aluno treinar o formato da prova.

“Muitas vezes, os alunos não se apegam a esses detalhes que são importantes também, porque no tempo você tem que resolver a prova e passar no gabarito, porque a prova só é corrigida com base no gabarito.”

Mantenha a motivação com lembretes e comunidades

Dalton recomenda manter por perto lembretes dos motivos pelos quais o candidato escolheu estudar para o concurso.

“Quando você está estudando e passando por dificuldades, é normal que esqueça do porquê de estar fazendo aquilo. Se é para dar uma vida melhor para você, para sua família, para uma viagem que sempre quis fazer e nunca pôde, coloca a foto da cidade que quer conhecer, do carro ou da moto que quer comprar”, recomenda o especialista.

Ele diz que estudar, via de regra, é um ato solitário, e sentir-se sozinho na jornada de estudos pode desmotivar o candidato. “Você pode pensar em entrar em uma comunidade, nem que seja um grupo de WhatsApp, de pessoas que dividem as mesmas dificuldades que você. Isso diminui um pouco da solidão.”

Equilibre teoria e exercícios

A resolução de exercícios é importante, mas deve ser aliada ao estudo da teoria. “Se você sabe a teoria, mas não sabe como a banca cobra, como aquilo é exigido de você na prática, quais são as pegadinhas, você vai falhar em bobagem”, diz o professor.

“Existe uma possibilidade de ter uma banca para esse concurso que não tem uma quantidade tão grande de questões de direito previdenciário no seu currículo, que é a matéria mais importante.”

Para o professor, isto pode passar a ilusão de que só alguns pontos do direito previdenciário podem ser cobrados e levar o aluno a negligenciar assuntos que podem aparecer na prova.

“Isso aconteceu já, em 2016. Houve muitas questões de Loas [Lei Orgânica da Assistência Social] e assistência social, e como aquilo não tinha um histórico grande de questões, muita gente não havia dado atenção, porque o assunto caiu em uma quantidade não prevista.”