Rio – Uma comissão formada pelos deputados federais Fernando Gabeira e Chico Alencar, pelo deputado estadual Carlos Minc, e pelo secretário municipal de Urbanismo, Alfredo Sirkis, fizeram uma visita no final da tarde de ontem ao sociólogo italiano Pietro Mancini, de 56 anos, que está preso no Presídio Ary Franco, em Água Santa, capital fluminense. A comissão pretende iniciar, com a visita, uma campanha nacional pela liberdade do sociólogo até que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida se aceita ou não o pedido de extradição do governo italiano.
O sociólogo foi preso esta semana por agentes da Interpol do Rio, depois que a Corte de Milão (Itália) decretou sua prisão. Condenado em 1998 pela Justiça italiana a penas que totalizam 19 anos e quatro meses de prisão, Mancini, que vive há 28 anos no Brasil, foi considerado culpado de acusações que incluem supostas ações terroristas e homicídio na década de 70, quando militava no Sindicato Metalúrgico de Milão e pertencia ao movimento Autonomia Operária Organizada. Na Itália, os crimes políticos não foram anistiados. Ao ser preso, Mancini negou as acusações e disse que é vítima de perseguição política do governo italiano. Ele afirmou que é brasileiro naturalizado, tem uma produtora cinematográfica e nunca escondeu a identidade. Mancini confirmou que nos anos 70 militou no movimento metalúrgico italiano, mas negou participação nos atos terroristas pelos quais a Justiça italiana o condenou.