Porto Velho – O presidente da Assembléia Legislativa de Rondônia, Carlão de Oliveira (PFL), nomeou ontem uma comissão de sindicância composta por sete deputados para apurar a denúncia de que parlamentares cobraram propina do governador Ivo Cassol (PSDB) para apoiá-lo. O ‘Fantástico’, da tevê Globo, divulgou as cenas no último domingo.
"A Assembléia recebeu uma série de denúncias contra o governador, que podem resultar em seu afastamento do cargo, mas ele terá ampla oportunidade de defesa. Os deputados denunciados receberão tratamento idêntico. Vou homologar o que a comissão de sindicância decidir", disse Oliveira.
O governador reduziu os repasses previstos no orçamento para a Assembléia Legislativa, Tribunal de Justiça e também para o Ministério Público do Estado (MPE). Os poderes só conseguiram manter o orçamento através de decisões judiciais. Até o Tribunal de Justiça teve que se valer de decisões judiciais para receber.
Reserva
O deputado Leudo Buriti (PTB), de 41 anos, explica que as denúncias da ligação de Cassol com o contrabando de diamantes da Reserva Roosevelt, onde vivem os índios cintas-largas, demonstra que ele encara o governo como uma empresa de sua propriedade. "A Companhia de Mineração de Rondônia tem autorização para lavra em uma área ao lado da Roosevelt. O cacique Nacoça Pio Cinta-Larga, um dos chefes do garimpo, denunciou que o governador prometeu arrumar as estradas da reserva e instalar postos de saúde nas aldeias se tivesse participação no lucro sobre a venda de diamantes. Ele usa a estrutura do governo para ganhar dinheiro", denuncia o deputado.