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Foto: Edson Santos/Agência Brasil

Relator Carlos Willian: ?esta crise
se arrasta há anos?.

Sem votar o relatório, foi encerrada ontem a comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha a crise no setor aéreo. O relator da comissão, deputado Carlos Willian, chegou a apresentar seu relatório na reunião, mas não houve votação por causa de um pedido de vista do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). ?Lamentei profundamente o ocorrido. Esta comissão está terminada porque estamos em final de Legislatura?, afirmou o deputado Alceu Collares (PDT-RS), presidente da comissão. Collares levantou a possibilidade de na próxima Legislatura ser criada uma nova comissão que poderia aproveitar o trabalho desta.

Segundo Alceu Collares, eram necessárias mais duas sessões para ser avaliado o relatório, mas não há prazo. ?Terminamos melancolicamente?, comentou. Ele defendeu a desmilitarização do controle de tráfego aéreo. Para Collares, deveria haver uma comissão permanente para acompanhar o setor aéreo.

A sessão de ontem foi bastante agitada. O deputado Luiz Carlos Hauly chegou a pedir a instalação de estado de emergência ou defesa, previsto na Constituição, por causa da iminência da calamidade que vive o País no setor aéreo.

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O relator Carlos Willian responsabilizou o Ministério da Defesa pelos problemas do setor aéreo. Ele argumentou que o comando não soube planejar e controlar a administração de pessoal e de equipamentos e deixou que ?a crise se arrastasse durante os últimos anos?. Willian chega a pedir, em seu relatório, a demissão do ministro da Defesa, Waldir Pires, e do comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno. ?O presidente Lula pode começar a resolver o problema do caos aéreo dando de presente de Natal para a população a demissão imediata do comandante da Aeronáutica, e do ministro da Defesa, Waldir Pires?, afirmou o relator, antes do início da reunião da comissão especial.

Além disso, o relatório sugeria um esforço concentrado dos controladores em períodos de final de ano e Carnaval e criticava os pedidos de licença médica dos trabalhadores. Carlos Willian recomendou ainda que recursos do setor não sejam bloqueados e pediu a redução dos vôos para que o controle aéreo monitore somente o número de aeronaves estabelecido por regras de segurança. No relatório, havia ainda a proposta de criação de um órgão central para coordenar ações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero. 

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