Comissão formada por pilotos, donos de aeronaves e representantes de cerca de 80 empresas que operam serviços de aviação no Aeroporto Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, vai a Brasília para pedir, em audiência na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que seja escolhido outro local na capital paulista para receber a estação do trem de alta velocidade (TAV) que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro. O governo federal estuda reduzir o aeroporto, quinto mais movimentado do País, a um heliponto – a capital já tem outros 480 -, desativando a pista e liberando o espaço para a estação.

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Ontem, duas entidades que representam pilotos e empresas, a Associação dos Concessionários, Empresas Aeronáuticas e Usuários do Campo de Marte (Acecam) e a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) realizaram uma reunião na qual ficou definido um plano de mobilização contra a desativação do aeroporto. “Não somos contra o TAV, mas solicitamos uma audiência em caráter de urgência para tentar uma solução política para o Campo de Marte”, diz Olavo Vieira, presidente da Acecam. Na semana passada, o próprio ministro da Defesa, Nelson Jobim, declarou que o “futuro de Marte serão os helicópteros”.

As associações, que não descartam questionamentos judiciais contra o TAV caso não convençam a ANTT, apontam para o risco de colapso total do mercado caso o aeroporto seja desativado. Segundo as entidades, não há aeroportos, em um raio de cem quilômetros da capital, que possam receber as atividades de aviação geral e executiva.

Foi a agência, que mantém aberta até o dia 15 uma consulta pública para receber sugestões sobre o TAV, que divulgou a escolha do Campo de Marte para ser a sede da estação, descartando a opção de construí-la no Terminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. A escolha do aeroporto, segundo a ANTT, foi feita por conta do espaço disponível para edifícios e pátio de trens. A proximidade do metrô é bem maior na Barra Funda, mas o espaço disponível seria insuficiente.

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