A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Senado enviou hoje requerimento ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para que ele reveja a decisão do Itamaraty de apoiar o egípcio Farouk Hosni para o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O documento preparado pelo presidente da comissão, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), argumenta que é estranho o País apoiar o egípcio quando outro candidato é o brasileiro Márcio Barbosa, atual diretor-adjunto da Unesco.
Azeredo diz que Farouk é um homem controverso e envolvido em condutas antidemocráticas como ministro da Cultura do Egito. A justificativa do senador se refere a um artigo publicado nesta semana por intelectuais franceses que acusam Farouk de antissemitismo. De acordo com eles, o ex-ministro egípcio teria dito frases como “Israel nunca contribuiu à civilização em nenhuma época” e “a cultura israelense é uma cultura inumana”.
Em visita ao Rio de Janeiro, na terça-feira, Farouk desmentiu o rótulo de antissemita e afirmou que as frases foram disseminadas pelo governo norte-americano para prejudicá-lo. A escolha do ministro egípcio em contrapartida à de Márcio Barbosa tem causado polêmica. Amorim já declarou que não mudará a decisão. Segundo ele, o apoio do Brasil à indicação do egípcio faz parte de uma política brasileira de aproximação com o mundo árabe.