Uma comissão instituída por decreto publicado nesta quarta-feira, 02, pelo secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, terá 15 dias para elaborar um relatório propondo a continuidade, alterações ou o cancelamento do uso dos corredores exclusivos de ônibus por táxis na cidade de São Paulo.

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A medida tem como finalidade atender a um ofício encaminhado pelo Ministério Público Estadual à Prefeitura na semana passada: o documento exige informações sobre o impacto dos táxis nas vias exclusivas para os coletivos.

Formada por sete técnicos de órgãos municipais ligados ao trânsito, entre os quais o Departamento de Operação dos Sistema Viário (DSV), a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a São Paulo Transporte (SPTrans), a comissão será coordenada por Audrey Gabriel.

O comitê terá por função avaliar estudos “sobre a utilização dos corredores de ônibus por outros veículos (táxis especialmente) e de comprometimento com a velocidade do transporte de passageiros nos ônibus”.

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Na semana passada, Tatto já havia indicado que a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) ponderava a possibilidade de retirar a permissão para que os taxistas usem o corredor quando estão com passageiros – autorização concedida pela primeira vez em agosto de 2005, na gestão do ex-prefeito José Serra (PSDB).

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De acordo com o secretário de Transportes, os táxis podem prejudicar a velocidade média dos ônibus, que atualmente gira em torno de 14 km/h, nível considerado por ele “muito baixo”. Quando os corredores foram reformulados pela ex-prefeita Marta Suplicy (PT), no início dos anos 2000, a velocidade média dos coletivos nessas vias exclusivas era mais alta, de 22 km/h.

Mas os taxistas, categoria que tem quase 34 mil profissionais registrados em São Paulo, são contrários a uma eventual proibição de sua circulação nos corredores de ônibus. Eles alegam que se tornariam menos atraentes para os passageiros, já que teriam que enfrentar o trânsito em grandes corredores nos horários de pico como os demais veículos da capital.