O tráfico impôs hoje, mais uma vez, o fechamento do comércio e a suspensão de aulas em escolas de Bonsucesso, na zona norte do Rio, em razão do luto pelo sétimo dia da morte de Ernaldo Pinto Medeiros, o Uê, assassinado na rebelião na penitenciária de Bangu 1. Uma missa no início da manhã, na igreja Nossa Senhora das Mercês, reuniu cerca de cem parentes e amigos de Uê e dos outros três presos executados no motim – Carlos Roberto Cabral da Silva, o Robertinho do Adeus, Vanderlei Soares, o Orelha, e Elpídio Rodrigues Sabino, o Robô.
Entre 8h e 9h30 todo o comércio nas redondezas do Complexo do Alemão baixou as portas, pressionado por enviados da quadrilha de Uê.
De acordo com a assessoria de imprensa da Arquidiocese do Rio, a Igreja não poderia impedir a missa para os criminosos, porque eles ?têm família e também são filhos de Deus?. O padre da paróquia não quis se pronunciar sobre o assunto.
Preventivo – A Polícia Militar manteve um grande aparato na região durante todo o dia, para garantir o funcionamento normal das lojas e evitar manifestações de protesto pela morte do criminoso. Não houve incidentes. O comércio, no entanto, funcionou precariamente. Até o fim da missa nenhum estabelecimento comercial abriu. Às 12h30, muitas lojas e bancos permaneciam fechados.
