“Aqui tenho de pedir licença e desculpas quando eu chego, caso contrário, arrumo confusão.” Esta é a rotina da dona de uma banca de jornal na Avenida Paulista, que nos últimos meses vê as laterais do seu comércio ficar cada vez mais cheias de moradores de rua que chegam de áreas centrais da cidade, como a Praça da Sé, por exemplo.

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De acordo com ela, todas as manhãs eles ficam deitados em colchões na frente da banca. “Se eu faço barulho, eles gritam comigo, dizem que estou incomodando o sono deles. Por isso peço desculpas antes de fazer qualquer coisa.”

A comerciante, que diz pagar uma taxa de R$ 35 mil para ter uma banca em uma das avenidas mais disputadas da cidade, também precisa lavar a calçada diariamente para tirar fezes e outros dejetos do lado da banca.

Quando a reportagem foi ao local, que fica próximo da esquina com a Rua Augusta, alguns jovens cheiravam lança-perfume. Também havia mulheres com crianças pequenas deitadas sob lonas e papelões.

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Na outra ponta da avenida, perto da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, um jornaleiro discutia com um morador de rua que, segundo ele, se instalou nos últimos meses na região.

“Eles entram aqui para abordar cliente, pedir cigarro, comida. Quem entra na banca se assusta, não volta mais”, disse. Os comerciantes ouvidos pela reportagem preferiram não se identificar por medo de sofrer ameaças.

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A secretária Luciana Temer disse que ainda não há nenhum programa específico para a Avenida Paulista, mas garantiu que assistentes sociais passam diariamente pela região.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.