Os técnicos do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) começaram ontem a mexer nas obras mais atingidas pelo incêndio que destruiu boa parte do acervo de Hélio Oiticica na noite de sexta-feira, no Rio de Janeiro. “Temos chance de recuperar bastante coisa. Mas ainda estamos cautelosos”, explicou José do Nascimento Júnior, presidente da entidade, que ontem visitou a casa da família Oiticica no Jardim Botânico, onde as obras eram mantidas. “É um trabalho lento que precisa ser muito bem feito. Só agora nossos técnicos começaram a mexer nas obras que estavam na área mais atingida pelo incêndio.”
Cinco técnicos do instituto trabalham para salvar o que restou do acervo de quase mil obras do artista. Ontem, começou a ser montado na sala da casa do irmão de Oiticica, César, um laboratório de restauro. “A família desmontou a casa para instalar o laboratório. É uma espécie de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Estamos levando desumidificadores, equipamentos de controle ambiental, de secagem, tudo o que é necessário para este trabalho. Só assim poderemos ter condições emergenciais de tratamento e depois de avaliação de cada item da coleção.”
Na noite do incêndio, a expectativa era que 90% das obras tinham sido totalmente destruídas. As esperanças de o estrago ter sido muito menor agora aumentaram, mas a avaliação do Ibram só deve ficar pronta na sexta-feira. “Estamos fazendo o possível para recuperar o máximo de obras. Mas ainda é cedo para dizer quantas.”