O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta quinta-feira (24) no Rio de Janeiro que as críticas a relativos excessos cometidos pela Polícia Federal (PF) na Operação Satiagraha deve servir para reformas que garantam os direitos individuais dos investigados, mas não para o enfraquecimento da ação contra os praticantes dos chamados crimes de colarinho branco. Segundo ele, o País passa por um período de transição. “Temos que continuar pesadamente a ofensiva contra a corrupção, contra a impunidade, que é fundamental para dar solidez ao processo democrático no Brasil”.
Porém, afirmou o ministro, o combate à corrupção deve ser feito “dentro do Estado de Direito, respeitando os direitos individuais, dentro de um sistema de garantias jurídicas para que, inclusive, esta luta seja eficaz”. A Satiagraha levou à prisão 18 pessoas, entre elas o banqueiro Daniel Dantas, o megainvestidor Naji Nahas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta – todos três já soltos -, empresários e doleiros envolvidos em suposto esquema de desvio de recursos públicos, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
“Temos que ressaltar que dezenas, e quem sabe centenas, de pessoas que jamais tinham idéia que poderiam responder perante o Estado agora estão respondendo, e isso é um avanço extraordinário”, afirmou. O ministro esteve no Rio para participar de um ato público na seção fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) contra a impunidade e a corrupção.