Foto: Arquivo/O Estado |
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Ele reconheceu que existem indícios, que estão sendo levantados pelo setor de inteligência da Secretaria de Segurança, de participação de policiais nas milícias – grupos paramilitares que atuam em comunidades carentes em troca de pagamento de taxas pelos moradores.
No governo anterior, nem mesmo a existência das milícias era confirmada oficialmente. ?Não vamos tapar o sol com a peneira?, afirmou o coronel.
No fim de semana, o total de mortos na Cidade Alta e nas favelas da Ilha do Governador, também na zona norte, chegou a cinco, segundo a contagem oficial da PM. No entanto, duas outras pessoas – um PM e um motoboy – também teriam sido vítimas da guerra entre traficantes e milicianos que a PM tenta conter. Sete pessoas ficaram feridas.
Os confrontos também deixaram dez feridos e levaram a Polícia Militar a ocupar as favelas Vila Juaniza, na Ilha do Governador, e Cidade Alta, em Cordovil, na zona norte do Rio.
Na Juaniza, quatro pessoas morreram e duas ficaram feridas num tiroteio na noite de sábado, que, segundo a PM, envolveu duas facções criminosas rivais – o Comando Vermelho e o Terceiro Comando. Na Cidade Alta, pelo menos nove pessoas foram baleadas, entre elas um policial. No domingo, também houve tiroteio no local.
Moradores denunciaram a ação na favela de uma milícia (grupo paramilitar que expulsa o tráfico e cobra por proteção). Também suspeita-se da ação de paramilitares na Ilha. De acordo com a polícia, a Vila Juaniza foi invadida por um bando armado, chefiado por Marcelo Soares de Medeiros, o Marcelo PQD do Terceiro Comando.
Segundo a Polícia Civil, será apurada denúncia de moradores de que a invasão no local foi precedida por uma ocupação da favela, na madrugada de sábado, por uma milícia. O ataque aconteceu quando boa parte dos moradores acompanhava um show do cantor Elymar Santos. Moradores relataram que cem homens encapuzados formavam a milícia, que teria tido o apoio de um caveirão (veículo blindado da PM), para abrir caminho para o ataque.
O comandante da Polícia Militar do Rio, coronel Ubiratan Ângelo, disse ontem que está sendo investigada a participação de um carro blindado da PM na invasão de milicianos na favela Cidade Alta, na zona norte da cidade, no sábado.
