O comandante do AF 447, Marc Dubois, poderia estar acompanhado de uma tripulante que não estava trabalhando no momento em que o avião da Air France caiu no mar em 2009, deixando 228 mortos durante um voo do Rio para Paris. A informação é do programa “Nightline”, da TV americana ABC News.
De acordo com a TV, Dubois estava com a atendente Veronique Gaignard na noite do acidente.
Segundo investigações do acidente, no momento em que os sensores de velocidade do avião congelaram e o piloto automático desconectou, Dubois estava em descanso. Os copilotos usaram um alarme para tentar chamá-lo, mas o comandante só teria retornado à cabine dois minutos após o início da queda do avião.
À TV, Jean-Paul Troadec, diretor do Escritório de Investigação e Análise (cuja sigla em francês é BEA), disse que a acompanhante não faz parte da investigação na França porque o órgão “não está interessada na vida particular do piloto”. Troadec ainda disse que o fato não teria importância para o acidente.
Investigação
No dia 5 de julho, o BEA promete divulgar o relatório final do acidente com o AF 447, mas há desconfiança entre os parentes das vítimas sobre o que conterá o documento.
Paralelamente, a Justiça francesa investiga o acidente para determinar as responsabilidades penais da tragédia, e indiciou a Airbus e a Air France por homicídio culposo. O relatório judicial é esperado para 30 de junho, mas os parentes das vítimas se reúnem com a juíza responsável pelas investigações no dia 10 de julho -cinco dias após a divulgação do relatório final do BEA.
No relatório preliminar, divulgado em julho do ano passado, dois meses após as duas caixas-pretas do Airbus A330 terem chegado à França para serem analisadas, o BEA destacou os erros dos pilotos na tragédia.
Segundo o órgão, os pilotos cometeram uma série de erros, e o acidente poderia ter sido evitado se eles tivessem tomado as medidas adequadas. Mas, ao mesmo tempo, o BEA negou que falhas humanas tenham sido a única causa do acidente.
Os representantes dos parentes das vítimas dizem esperar que, além de revelar as causas exatas da tragédia, a conclusão final, que será divulgada em julho, permita fazer recomendações técnicas para melhorar a segurança do setor aéreo e evitar novos acidentes.